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“Fazer cinema, viver do cinema, participar em qualquer actividade
cinematográfica é, em Portugal, uma aventura. Temos filmes mas não temos
cinema, trabalha-se mas não há profissão, circula dinheiro mas não existe
indústria organizada”. Este retrato lúcido do cinema português foi feito Luís
de Pina, antigo diretor da Cinemateca Portuguesa (de 1982 a 1991), em finais
dos anos 70 do século passado.
Luís Vintém, doutorando em Cinema -
Comunicação e Documentação, na Universidade da Extremadura, em Badajoz,
considera que “não pode haver público na cultura sem um investimento
generalizado simultaneamente na educação dos cidadãos e na produção cultural.
Existe também em Portugal o preconceito generalizado, e erróneo, de que a
cultura vive de subsídios, enquanto outras áreas da economia são
auto-suficientes”, uma opinião que poderá explicar muitos dos problemas
crónicos e (ainda muito) atuais do cinema em Portugal.
Desde
o dia 12 de novembro de 1896 e a primeira projeção de um filme realizado por um
português, no Príncipe Real do Porto, intitulado “Saída do pessoal operário da
Fábrica Confiança”, da autoria de Aurélio Paz dos Reis, fotógrafo amador e
comerciante de flores e sementes, que a aventura “atribulada” do cinema
português tem fascinado o público, cinema nacional que teve a sua primeira
época de grande popularidade nas décadas de 30 e 40 do século XX.
A “Comédia à Portuguesa”
O
fenómeno sociológico do cinema clássico português, representado em obras tão
icónicas como “A Canção de Lisboa” (1933, Cottinelli Telmo), “O
Pai Tirano” (1941, António Lopes-Ribeiro), “O Pátio das Cantigas” (1942,
Francisco Ribeiro), “O Leão da Estrela” (1947, Arthur Duarte), e em atores tão
carismáticos como Vasco Santana, Ribeirinho e António Silva, transcende épocas,
gerações e até sistemas políticos, sendo ainda um fenómeno de popularidade
surpreendente, como o comprovam as várias edições em DVD e as sempre constantes
reposições na televisão, em épocas festivas.
Paulo
Cunha, doutorando em Estudos Contemporâneos, com um projeto de investigação
sobre o Novo Cinema Português, na Universidade de Coimbra, considera que
“obviamente, o cinema, sobretudo pela sua capacidade de comunicação de massas,
foi um instrumento privilegiado para divulgar e reproduzir a mensagem
ideológica do regime”.
Em
filmes que foram considerados pela maioria dos críticos como “comprometidos”
com o regime da época, como se compreende esta longevidade? Será que entre a
“submissão” à trindade Deus, Pátria, Autoridade, se escondia a (possível)
irreverência e contestação? Ou será que o público contemporâneo lê nestes
filmes mais do que lá está, inconscientemente “refletindo” os problemas das
épocas em que se assistem às impagáveis “comédias à portuguesa”?
Luís
Vintém, licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa
e professor de Comunicação Audiovisual e Fotografia, na Escola Superior de
Tecnologia e Gestão, em Portalegre, distingue dois momentos no corpus das obras feitas durante o
período do Estado Novo: o primeiro momento é o em que a ideologia do regime
influencia o conteúdo das narrativas cinematográficas, e onde “transparece o
optimismo da segurança, da ordem e do progresso material, a mitologia da
identidade portuguesa, o mito da genuinidade do camponês, a paz entre as
classes e a ideia da mobilidade social”, destacando como exemplos os já
referidos “O Leão da Estrela”, “O Pátio das Cantigas” e ainda a “Aldeia da
Roupa Branca” (1938, Chianca de Garcia).
Paulo
Cunha, também membro da direção do Cineclube de Guimarães (o maior do país), e
um dos maiores especialistas sobre o cinema português, corrobora a tese de Luís
Vintém, declarando que “as comédias à portuguesa não deixavam de transmitir um
ideário político e social que, mais do que fascista ou estadonovista, era
dominante na época. O respeito pela autoridade e hierarquia (familiar, laboral
ou social), o ideal rural, a moral cristã, entre outros, são valores que estão
presentes e são promovidos nesses filmes. Mas trata-se sobretudo de uma
ideologia contextual, que ultrapassa a própria acção do regime”.
Destaca
ainda que o Estado Novo financiou apenas dois filmes de propaganda declarada,
“A Revolução de Maio” (1937) e “O Feitiço do Império” (1940), ambos de António
Lopes-Ribeiro, mas que toda a produção cinematográfica portuguesa das décadas
de 30 e 40 foi condicionada, através da criação dos estúdios da Tóbis e a
atribuição de prémios e subsídios para a produção de filmes, “foram apenas
algumas formas de pressão que garantiam ao regime a colaboração dos produtores
de cinema”.
O
segundo momento do cinema do Estado Novo que Luís Vintém realça, é a altura em
que começam a aparecer as vozes críticas, sendo estes dois períodos paralelos
com a vida e a evolução do próprio regime e da sua aceitação pela sociedade,
que “coincide aproximadamente com o início da Guerra Colonial e das primeiras
grandes contestações públicas ao regime nas eleições presidenciais de 1958.
Para além do desgaste do regime, começam a chegar ao cinema português os ecos
do neo-realismo italiano”, nos filmes “Dom Roberto” (1962, José Ernesto de
Sousa) e Verdes Anos” (1963, Paulo Rocha).
Um “Novo” cinema português
O
chamado Novo Cinema português, de que o acima referido “Verdes Anos” é
considerado a obra-prima, e um filme que ainda hoje se pode comparar ao que de
melhor se fazia na Europa e no mundo à altura, foi, segundo Paulo Cunha,
“importante para uma renovação cinéfila e cinematográfica que era
essencialmente uma extensão da renovação social e cultural que atravessou a
Europa no período pós-Segunda Guerra Mundial”. Luís Vintém menciona o Cinema
Novo e a figura do produtor António Cunha Teles como “um marco histórico no
cinema feito em Portugal. Nasce nesta época a ideia de um cinema
auto-sustentável, autónomo do poder, e com um apurado sentido crítico e
denunciador da situação social que o país vivia. Embora marcado pela influência
do neo-realismo italiano e da “Nouvelle Vague” francesa, é um cinema de
compromisso com a honestidade e verdade do que era o país no início dos anos
60”.
Paulo
Cunha realça ainda que as novas vagas cinematográficas que surgiram na Europa,
“por terem um pendor mais artístico e menos apelativo para as massas, passaram
um pouco ao lado da repressão política e beneficiaram de uma certa tolerância.
Essa “indiferença” criou um ambiente de liberdade criativa e artística que
permitiu revolucionar formas de pensar, fazer e ver cinema”, ao contrário do
cinema neo-realista, que era politicamente mais empenhado e que os regimes
autoritários não hesitaram em combater.
Nomes
maiores desta altura fecunda do cinema português são, o já mencionado Paulo
Rocha, Fernando Lopes (o documentário “Belarmino”, de 1964, “Uma Abelha na
Chuva”, de 1971), António de Macedo (“A Promessa”, de 1972) e João César
Monteiro (a curta-metragem “Quem espera por sapatos de defunto morre calçado”,
de 1971), o autor mais iconoclasta desta geração, que “explodiu” no final dos
anos 80, início dos anos 90.
E
a figura maior do cinema português, Manoel de Oliveira, que realizou duas
obras-primas com “Douro Faina Fluvial”, de 1931 e “Aniki-Bóbó”, de 1942, e que
tinha sido posto de parte pelo regime?
Paulo
Cunha considera que Oliveira, por fazer cinema desde o período do Mudo, “não
integra este núcleo de cineastas das novas vagas, mas influenciou e foi
influenciado decididamente por essas correntes”, nomeadamente em obras como “O
Acto da Primavera (1963), “A Caça” (documentário, 1964) e “O Passado e o
Presente” (1972).
A “Idade de Ouro” do cinema português
A
pujança do cinema português pós-25 de Abril, em termos da qualidade dos filmes
e da sua popularidade junto do público, foi outro fenómeno marcante, em obras
como “O Rei da Berlengas” (1978, Artur Semedo), “Kilas – O Mau da Fita” (1980,
José Fonseca e Costa) e “O Lugar do Morto” (1984, António Pedro Vasconcelos),
entre muitos outros filmes, da autoria de Alberto Seixas Santos, João Mário
Grilo, João Botelho, Joaquim Leitão, José Álvaro Morais e dos documentaristas
António Reis, António Campos e Rui Simões.
Paulo
Cunha pensa que, entre outras transformações, o 25 de Abril trouxe a
democratização também ao cinema, o que permitiu a “produção e circulação de um
cinema mais politizado e socialmente mais crítico, o que aproximou o público
das salas, mas também o cinema do público, como nas sessões de cinema
ambulante. O cinema português também viveu esse momento de expansão e
optimismo. O aumento quantitativo da produção de filmes permitiu diversificar
essas produções, financiando-se cinema de autor, mas também filmes com
pretensões mais comerciais”.
Esta
“Época de Ouro” do cinema português terminou, segundo Paulo Cunha,
“rapidamente, sobretudo pela falta de financiamento, ditada pela diminuição das
receitas de bilheteira, e pela expansão do mercado do vídeo caseiro”, em finais
dos anos 80, início dos anos 90.
O
estado atual do cinema português, em que, com algumas exceções, os filmes têm
muito pouco público, ocorre, na opinião de Luís Vintém, porque “em Portugal, o
apoio às artes e à cultura é visto como um gasto e não como um investimento com
retorno material e imaterial”.
Apesar
de obras conceituadas, de realizadores como Miguel Gomes, João Salaviza, Sandro
Aguilar, João Nicolau, Teresa Villaverde, Pedro Costa, Manuel Mozos, Pedro
Caldas, João Pedro Rodrigues, de documentaristas como Sérgio Trefaut e Gonçalo
Tocha e cineastas de animação como Abi Feijó, Regina Pessoa, Pedro Serrazina e
José Miguel Ribeiro, no cinema atual no nosso país existe uma enorme
disparidade ente as produções comerciais (com o destaque para os realizadores
Joaquim Sapinho, Leonel Vieira e João Canijo), produções televisivas,
geralmente adaptações literárias de best-sellers, e os filmes de autor
premiados no estrangeiro, mas quase “invisíveis” para o público.
Este
estado de coisas é visto por Paulo Cunha como um reflexo dos mesmos problemas
que afetaram o cinema português nas últimas quatro décadas. Também a estratégia
política do estado português, de apoio à internacionalização e reconhecimento
do cinema português no estrangeiro, tem levado à opção “pelos filmes para
“Paris”, em detrimento dos filmes para “Bragança”, terminologia usada nos anos
80 por Lucas Pires, então Ministro da Cultura, para classificar o cinema de autor
e o cinema comercial”, o que criou uma “dependência do cinema da pasta da
Cultura, ao contrário do que acontece noutros países, em que está sob a alçada
da pasta da Economia, por exemplo”.
O “Drama” atual do cinema em Portugal
A
polémica da nova Lei do Cinema e do Audiovisual, que requer que os operadores
televisivos entreguem uma determinada verba para o financiamento do cinema
português, e que está em flagrante incumprimento (de um milhão de euros) é, de
acordo com Luís Vintém, “demonstrativo da forma como o tema é tratado em
Portugal. O facto de estarmos há dois anos sem financiamento à produção de
cinema é uma situação que nos envergonha como país”.
Paulo
Cunha pensa que é “consensual entre os profissionais do cinema que a nova lei
trará uma melhoria das condições para o cinema português, uma vez que prevê um
aumento significativo do financiamento disponível”, e o impasse parece
finalmente estar resolvido, com a eliminação da progressividade do aumento do
valor cobrado aos operadores e a redistribuição da forma como essas verbas
chegam ao cinema, o que irá desbloquear uma verba de 10,7 milhões de euros,
para 2014.
Outro
baluarte do cinema nacional, a Cinemateca Portuguesa, que tem passado
ultimamente por sucessivos problemas, desde quebras no financiamento a
demissões dos seus responsáveis, poderia ter como solução, para Paulo Cunha, o
ficar “definitivamente dependente do Orçamento de Estado e não de uma taxa que
se tem mostrado, e assim continuará, irregular e instável”, propondo o membro
do Cineclube de Guimarães que a Cinemateca passasse para a tutela do Instituto
Português dos Museus, mas mantendo “a autonomia administrativa e financeira que
detém desde 1980”.
Ainda
em relação à Lei do Cinema e do Audiovisual, Luís Vintém difere um pouco da
opinião anteriormente expressa por Paulo Cunha, já que para Vintém, “se os
grandes operadores investem em produtos de entretenimento para consumo interno
e o cinema de autor não é simplesmente financiado, a balança pende para a
produção do primeiro tipo de produtos”.
E
conclui, voltando à figura centenária e tutelar do cinema português: “pouca
gente saberá que o realizador português cujos filmes apresentam mais retorno
económico é Manoel de Oliveira. O mercado internacional só terá interesse nos
produtos audiovisuais portugueses se estes apresentarem características que os
distingam e os tornem únicos”.
O
Vendedor de Sonhos
David Acates tem 28 anos,
é natural da Chança, concelho de Alter do Chão, distrito de Portalegre, e em
2011 concluiu o Mestrado em Cinema, na Universidade da Beira Interior (UBI), na
Covilhã. Para ele, “mais do que um curso superior, o cinema é uma paixão. Desde
miúdo que me recordo de ficar colado à televisão a ver filmes atrás de filmes.
Quando chegou a idade para poder entrar numa sala de cinema, lá estava eu,
pronto para me entregar de corpo e alma à sétima Arte”.
Depois
dos anos de deslumbramento com o cinema, terá mudado muita coisa, com a entrada
na idade adulta? David Acates pensa que não, que mudou “pouco, muito pouco. A
paixão está intacta, talvez até mais fervorosa que nunca”.
Os
três anos de licenciatura em Cinema e dois de mestrado proporcionaram-lhe um
contato mais íntimo e prático com o cinema: “agora, estou muito mais dentro da
arte. Não lhe conheço todos os truques e manhas, mas já vou conhecendo alguns”.
No
final da licenciatura, em 2009, a sua primeira realização foi um projeto de
grupo, a curta-metragem “Fobia”, com Pedro Diogo e Inês Leite no elenco.
Quando
chegou ao fim do mestrado, teve de escolher entre um estágio curricular, uma
dissertação e uma curta-metragem. A escolha foi óbvia. “Nem foi preciso pensar.
Com a decisão tomada, embarcava na viagem com que sonhava desde miúdo. Foram
meses de bastante trabalho, algumas complicações, mas acima de tudo, muito
prazer”.
“O Homem que viveu na minha casa”
O
resultado final desta viagem pelo desconhecido foi a curta “O Homem que viveu
na minha casa – a memória como obsessão”, com um elenco que incluiu Pedro Lima,
Sónia Brazão, Alexandre da Silva e Sónia Botelho, estreada no UBICinema, o
festival de cinema da universidade e também em Braga, onde foi premiada no “One
Minute Movie Festival” e Portalegre, na “PechaKucha Night”.
Influências
de Tarantino, David Lynch e outros realizadores de culto são percetíveis numa
obra original, madura e enigmática, que em poucos minutos consegue prender a
atenção do espetador. “O Homem que viveu na minha casa” é uma obra de estreia
que conseguiu cativar a audiência, mas dois anos depois, qual é a opinião do
realizador em relação à sua criação?
“Em
jeito de confidência, a verdade é que após o projeto concluído, olhamos para a
tal versão final do guião e fica sempre o pensamento de que poderia ter sido
feito algo mais, mas o mesmo se pensa em relação às opções técnicas tomadas
durante a rodagem. No fundo, haveria sempre algo a melhorar”.
Esta
insatisfação e a vontade de sempre fazer melhor, que David Acates compartilha
com todos os grandes realizadores, ao longo dos quase 120 anos da história do
cinema, não muda a experiência única porque passou: “foram dias de muito
trabalho, poucas horas de sono, algumas fases menos agradáveis, mas que no
fundo se reflectia num enorme prazer e alegria por estar a fazer aquilo que
sempre quis e sempre vou querer fazer”.
Depois
da primeira experiência atrás das câmaras, em contexto académico, será uma
realidade a transição para o mundo “kafkiano” dos concursos e dos apoios à
realização de curtas e longas-metragens?
“Quero Cinema!
David Acates não
tem dúvidas em relação ao seu futuro: “quero trabalhar em cinema. Nos dias que
correm, não é fácil manter esta afirmação, tenho essa consciência, e ainda
assim, mantenho-a e agarro-me a ela com unhas e dentes”.
A
perseverança, outra qualidade que é uma das marcas dos realizadores, é algo que
poderá levar David Acates à indústria cinematográfica, mas “a realidade é que
não é fácil iniciar vida no cinema, salvo algumas excepções, sobretudo em
Portugal e nos tempos que correm. Não irei abandonar o sonho do cinema, nunca
me passou pela cabeça tal pensamento, mas a verdade é que não é nada fácil…”.
O
atual panorama do cinema português pode estar a passar por uma situação
difícil, com a crise e a polémica da nova Lei do Cinema e dos Audiovisuais, mas
ainda assim, o jovem realizador afirma que “têm havido alguns bons sinais de
quem não se conforma com as dificuldades inerentes ao país e à área do cinema
em particular”. Um bom exemplo disso são as várias curtas-metragens recentemente
premiadas em vários festivais internacionais de muito prestígio, como Cannes e
Veneza.
David
Acates, refletindo sobre os cinco anos passados na Covilhã, afirma perentório
que “o meu percurso académico só veio aumentar a chama do cinema em mim. A
Paixão esteve sempre lá, os estudos só a vieram avivar ainda mais”.
O
Melhor do cinema português
Da lista exaustiva que Paulo Cunha selecionou como os
melhores filmes do cinema português, por décadas, há títulos que sobressaem
pela reputação que foram criando ao longo dos anos, principalmente através da
reposição em épocas festivas na RTP 1 e durante todo o ano na RTP Memória, no
mercado de DVD e também em projeções na Cinemateca Portuguesa. Muitos dos
filmes desta lista foram premiados nos festivais mais importantes do mundo
(Cannes, Veneza, Berlim, entre outros).
Desse
conjunto de títulos, destacamos 15 obras-primas, que poderão constituir um
começo ideal para uma DVDteca do melhor da 7ª Arte no nosso país:
“Maria do Mar” (1930, Leitão de Barros)
“A Canção de Lisboa” (1933, Cottinelli
Telmo)
“O Pai Tirano” (1941, António
Lopes-Ribeiro)
“Aniki-Bóbó” (1942, Manoel de Oliveira)
“Os Verdes Anos” (1963, Paulo Rocha - Melhor
Primeira Obra, Festival de Locarno)
“Belarmino” (1964, Fernando Lopes)
“Mudar de Vida” (1966, Paulo Rocha)
“Brandos Costumes” (1975, Alberto Seixas
Santos)
“Um Adeus Português” (1986, João Botelho
- Prémio Ecuménico do Júri, Festival de Berlim)
“Duma Vez por Todas” (1987, Joaquim
Leitão)
“O Processo do Rei” (1990, João Mário
Grilo)
“Recordações da Casa Amarela” (1989,
João César Monteiro - Leão de Prata, em Veneza/Nomeado para Melhor Filme,
nos Prémios do Cinema Europeu)
“Vale Abraão” (1993, Manoel de Oliveira
- Prémio da Crítica, em São Paulo)
“Três Irmãos” (1994, Teresa Villaverde -
Prémio Melhor Atriz, em Veneza)
“Tabu” (2012, Miguel Gomes - Prémio
FIPRESCI da Crítica, em Berlim)