segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Um poema de José Antunes Ribeiro

 


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poeta bissexto me confesso. comovo-me com o

sofrimento das pessoas e dos animais.

gosto de todas as luas com a linha do horizonte no

meu mar da Nazaré

nada sei das tempestades que se aproximam e gosto de

cantar o amanhecer. frequento urgências do hospital

e sei ver a dor mesmo a maior de todas tentando

inventar uma história para todos os dramas à minha

volta. naquela fábrica de tantas dores. sempre com a

cabeça na lua continuo agarrado a sonhos e a todos os

mistérios da vida e da morte.

a presença dos insectos e das estevas. as abelhas

beijando as flores. aquele cavalo solitário no campo.

sei que o tempo não tem perdão e este não é ainda

o tempo dos poetas. partiu-se o cântaro da água da

infância e o eco das vozes familiares já não se faz ouvir ao longe.


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