ns, O viajante
Do bosque que acolhe a solidão dos pássaros
não há relatos deste lado do mundo.
Apenas a suspeita trazida pelo viajante
que uma noite falou de pássaros sem sombra
de pássaros que cantam e não se ouvem cantar.
E do sábio que habita no bosque.
*
Deixou os apetrechos junto ao fogo
e subiu a colina até ver além da noite.
Não lhe faltaram armas nem crenças
nem o corpo lhe falou de qualquer desejo.
Ficou ali até o fogo se apagar
e só então regressou à vida.
*
Para trás ficaram campos intermináveis
e cidades ardilosas.
À sua frente há só o silêncio da viagem
e as memórias entrevistas no início da noite.
Embora o viajante seja despojado de crenças
tem uma particular estima por essa verdade.
In “O viajante exposto à
verdade das coisas”
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