terça-feira, 3 de maio de 2022

Um poema de Léon-Paul Fargue

 


Greta Knutson



QUIOSQUES

 

O mar em vão faz a viagem

do fundo do horizonte para beijar os teus pés sábios.

Tu sempre a tempo os desvias.

 

Em silêncio ficas e eu também nada digo.

Nisso talvez não mais pensamos,

mas os vaga-lumes passo a passo

pegaram na sua lanterna de bolso

de propósito para fazer brilhar

nos teus olhos calmos esta lágrima

que um dia fui obrigado a beber.

 

E o mar é salgado a valer.

 

Depois, uma medusa loira e azul

que aprender quer enquanto se entristece

atravessa os fundos atulhados do mar,

limpa e clara como um ascensor.

 

E desgrenha a lâmpada à flor da água

para te ver fingir na areia

com tua sombrinha em mão, chorando,

 

os três casos da igualdade dos triângulos.

 

(Trad. ns)


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