Numa folha da
Primavera
O que é a Paz?
Onde está a sua
sede?
Onde está o seu
mercado?
Já tem escritório?
Já entrou na bolsa?
A Paz, ontem, valia
milhares de mortos…
Alguém saberá onde
estão os seus ovos?
No cemitério?
No céu?
Ninguém sabe, pois
não?!
A Paz, atarefada
com a guerra, abre a sua própria cova.
Lá esconde os seus
ossos. Os seus bosques de neve.
Ouvi, então!
Agora mesmo
rebentou uma folha da primavera cheia de versos.
Só uma criança a
viu.
Chama-se Kiev.
Porque esperam?
Nada acontece duas
vezes do mesmo modo!
POEMA
Ser famoso não é o que conta,
Não é o que te levanta.
Não tens necessidade de arquivar
Agitando-te sobre manuscritos.
O objetivo da criatividade é a doação,
Não um triunfo, nem um sucesso.
É dispensável, nada significa
Se não for uma parábola na boca de todos.
Mas devemos viver sem impostura.
Vive então para que no final
Atraias o amor pelo espaço
Ouvindo o apelo do futuro.
E mesmo deixando lacunas
No destino, não entre os teus papéis,
Lugares e capítulos de uma vida inteira
Bem sublinhada nas margens.
(Tradução de ns)
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