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Goebbels, como sabem, era o chefe máximo da "Informação" na
Alemanha nazi. Mandava não só nos Jornais e Rádio mas também no sector do
Cinema, do Teatro e do comércio livreiro - todos sujeitos a um férreo controle
que no mínimo levava ao encerramento das suas actividades e, no mais usual, à
prisão e aos campos de concentração. O órgão que teve a sua preferência
durante toda a guerra e também nos anos que a antecederam era o
"Volkischer Beobachter", primeiramente dirigido pelo antissemita
Dietrich Eckart e, depois, por Alfred Rosenberg, o ideólogo racista considerado
um dos grandes bandidos da História contemporânea.
Era nesse periódico que
Goebbels, quase diariamente, exercia o seu estro como propagandista-mor do
regime nacional-socialista (nazi), sendo como era a alma-danada de Hitler e um
especialista em fazer do branco preto e do preto branco, num exercício de
retórica execrável que, mais tarde, o outro estado totalitário, sob as ordens
de Stalin, levaria às últimas consequências.
Evidentemente que o
"Volkischer Beobachter", na Inglaterra e nos países aliados que
enfrentavam a besta nazi, estava interdito. Porque era um órgão de propaganda
espúria e ao serviço dos intuitos da Gestapo e dos serviços secretos das SS.
Recentemente, como parte
das sanções aplicadas ao regime sicário de Wladimir Putin, algumas agências e
emissoras sob o controle deste chefe totalitário foram impedidas de emitir no
Ocidente, sendo como eram órgãos de propaganda orientada, ou seja: da agit-prop mais
descarada justificando a invasão e despedindo nefandos ataques à Democracia,
num esforço belicista indesmentível.
Pois logo algumas
"testemunhas falsas", ou dos chamados "betinhos", num
articulado que mostra bem o seu apoio subreptício àquela ditadura, vieram a
público clamando que elas deviam continuar a emitir por cá, caso contrário
havia censura...!
Ou seja, devia consentir-se
que continuassem a exercer livremente o seu papel de apoiantes do indivíduo que
ainda anteontem lançou uma lei que postula que sejam cominados com 15 anos de
prisão os que do seu povo se atrevam a questionar a guerra, quem a faz e quem a
sustenta!
Goebbels não faria melhor.
Goebbels ficaria muito feliz se Winston Churchill consentisse que o
"Volkischer Beobachter" aparecesse nos quiosques britânicos
tranquilamente!
O cinismo, concluímos,
em certas gentes é singular. E serve-se de tudo, até das ideias mais obnóxias e
hipócritas, para tentar levar a água ao seu moinho...
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