terça-feira, 1 de março de 2022

ANTE-PROPÓSITO

 


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Silêncios ensurdecedores


   No jornal Público, Augusto M. Seabra escreve um artigo de opinião absolutamente significativo. Passamos, com vénia ao seu Autor, a citar as palavras com que o artigo é apresentado:


A Ucrânia e os abaixo-assinantes

Se o “ruído” mediático da guerra é ensurdecedor, há também que assinalar que em Portugal se nota um silêncio que à sua maneira não deixa de ser “ensurdecedor”, o silêncio, a ausência, das manifestações de solidariedade: onde estão os apelos, os abaixo-assinados, as concentrações do costume?

  Efectivamente, onde estão por exemplo aqueles que, em junções literárias que se têm ultimamente multiplicado – e onde expandem poesia e escritos que pretendem humanistas – e onde expeditamente deixam sempre escapar posturas retintamente pró-blocos do antigo Leste e pró-China?

  Onde estão essas senhoras e esses senhores que povoam essas sessões?

  Claro que o que eles visam é algo de diferente da celebração da poesia e do humanismo – que para eles é apenas um pretexto, visivelmente gramsciano, de exercerem disfarçadamente ou com mais deliberado manejo arteiro, a agit-prop com que buscam tomar-nos por mentecaptos.

  À guisa do que nos anos de chumbo dos tempos da Guerra Fria utilizavam os bem conhecidos colectivos pretensamente artísticos que mais não faziam do que, de forma dissimulada ou francamente nua, expandir a propaganda das agendas totalitárias.


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