“ESTAMOS AQUI”
Por ser de uma límpida lucidez transcrevemos, com a devida vénia ao seu
autor, este texto de Luís Menezes Leitão.
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Se
há algo que distingue os verdadeiros líderes é sua resistência nas situações difíceis.
A atitude mais fácil de um governante perante um ataque ao seu país é fugir,
quando a sua vida é ameaçada. Mas os verdadeiros governantes são aqueles que
resistem e não se importam de colocar a sua vida em risco em defesa da
instituição que representam.
A história oferece muitos
exemplos dessa atitude, começando pelo Imperador bizantino Justiniano, que viu
a sua vida ameaçada por uma revolta, tendo equacionado fugir. Foi dissuadido de
o fazer pela sua mulher, a Imperatriz Teodora, que lhe disse: "A
púrpura (o manto dos imperadores) é uma linda mortalha".
O Imperador ficou e a revolta foi dominada.
No séc. XX há vários
exemplos da mesma atitude. Aquando do bombardeamento da Inglaterra pela
Alemanha nazi foi equacionado transferir a família real para o Canadá, mas a
Rainha respondeu simplesmente: "As minhas filhas não vão sem mim. Eu
não vou sem o Rei. E o Rei não abandona o seu país".
Aquando do cerco nazi a
Moscovo, a denominada Operação Tufão, houve algo semelhante. Estaline mandou evacuar
o Governo e até transferiu o corpo de Lenine para fora da cidade. Mas ele
próprio manteve-se lá. E foi essa atitude que mobilizou o exército em defesa de
Moscovo. As duas palavras "Estaline ficou" ecoaram e
mobilizaram todos os soldados russos na defesa da sua capital obrigando o
exército alemão a recuar.
Hoje é Zelensky que,
perante uma agressão russa à Ucrânia, recusa ofertas de fuga e mantém-se ao
lado do seu povo na defesa do seu país dizendo-lhe simplesmente: "Estamos
aqui". Não se sabe qual será o seu destino, mas não há dúvida que
passou a ser o símbolo da Ucrânia resistente.
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