quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Um poema de Juan Ramón Jiménez

 


(Moguer, 1881 – Porto Rico, 1958) 



   O excelso autor de “Platero e Eu”, galardoado com o Nobel de 1956, pela sua oposição ao regime franquista foi obrigado a exilar-se nos EUA no ano de 1936. Republicano e democrata íntegro, a sua acção cívica e cultural tem sido celebrada anualmente, com uma notável Sessão referindo as sua diversas facetas, na terra que o viu nascer.

 


A DERRADEIRA VIAGEM

 

…E partirei. E ficarão os pássaros

cantando;

e ficará o meu quintal, com a sua árvore verde

mais o seu poço branco.

 

O céu, todas as tardes, estará azul e calmo;

e tocarão, como esta tarde estão tocando

os sinos do campanário.

 

Irão morrendo aqueles que me amaram;

e a cada ano se fará novo o meu povoado;

e no tal recanto do meu quintal florido e calado

o meu espírito vagueará, nostálgico…

 

Eu partirei; e ficarei só, sem lar, sem a árvore

verde, sem o poço branco

sem o céu azul e calmo…

 

E ficarão os pássaros, cantando.

 

(Tradução ns)


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