segunda-feira, 18 de maio de 2020

Os cenários truncados


João Garção, Passarões



OS PASSARÕES

   Numa visita ao Norte, Marcelo Rebelo de Sousa declarou aos jornalistas que o rodeavam, respondendo a uma interpelação colocada por uma conhecida repórter, que Francisco Sá Carneiro lhe tinha aparecido no jardim do Palácio de Belém, quando perambulava entre as flores, sob a forma dum pardal.
   Mais tarde, enquanto visitava uma queijaria referiu, a uma pergunta dum outro que, aquando da visita à obras dum troço do Metropolitano, o mesmo Sá Carneiro lhe aparecera de novo numa das pedras da parede do dito entreposto.
   Claro que umas horas mais tarde, depois do seu regresso a Lisboa, o mais alto magistrado da nação teria sido visitado por uma equipa médica do Hospital Júlio de Matos que, com boas palavras e com o método empregue nestas circunstancias especiais, o levaram para ser internado naquele estabelecimento de saúde onde seria sujeito a profundas análises.
    Evidentemente, como os leitores já perceberam, tal cenário é não mais que fantasia, estorinha de proveito e exemplo para chegarmos a conclusões sequentes.
    Porque um paralelo cenário, abracadabrante, teve realmente como protagonista um chefe de Estado ainda em exercício num país onde a sua acção e a dos indivíduos que o apoiam tem provocado e continua a provocar a miséria generalizada da população, além de arbitrariedades, perseguições, encarceramentos e outras amenidades usuais nas governações destes cavalheiros sem vergonha, sem ética e sem qualquer autoridade moral.
   Nem preciso, creio, de lhe dizer o nome. É o mesmo indivíduo que, em espaços lusitanos, gente da sua formação ideológica e se calhar intelectual e mental,  louva e propagandeia sem o mínimo bom-senso e pudor.
   Bem no fundo, eles claro que sabem que o indivíduo em causa nem está louco nem as suas declarações são fruto de alucinações paranóides ou esquizofrénicas. Que foram feitas com o único intuito de utilizar o atraso e a ingenuidade que ele pensa ou sabe existir em grande parte da população do país onde repoltreia a sua figura totalitária.
  Para estes correligionários, estes asseclas, o acto de mentir é pois apenas um detalhe compreensível, um esforço mais, que eles acham legítimo, para ajudar a impor a sua prepotência, que eles gostariam existisse em todo o mundo.
   Foi o que fizeram durante muitas décadas e continuam a fazer, por exemplo aqui e agora, dando apoio às mentiras chinesas e às cínicas “explicações” do lamentável director-geral da OMS, que sem pudor tenta tomar os cidadãos por primários a exemplo do que fazia no seu país.
   Pobre Venezuela, pobre sociedade, lusa incluída, onde turiferários como estes Maduro e Tedros ainda subsistem e tentam, contra tudo e contra todos os que não os aceitem, impor a sua agenda de verdadeiros delinquentes políticos! 
                                                                                               Aloísio Alecrim

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