UM DIA, QUANDO NÓS TIVERMOS VIVIDO
Um dia, quando nós tivermos vivido
Virá o tempo de desaparecer;
Dias que nós já não veremos
Se levantarão sobre outros seres.
Na longa noite, no gelo,
Tudo desaparecerá como um grande sonho
- No silêncio e na morte
É a eternidade que se alonga.
E assim será o último sono
Onde tudo terá desaparecido - o senhor
Ao vivente tão parecido
Como as ondas, o azul, o sol…
Não teremos sido mais que espectros?
2 DE NOVEMBRO
Tu regressas, pálido dia dos mortos,
Lençol do céu onde tudo adormece,
Como um deus vencedor pairando
Sobre tudo o que morre, tudo o que desfalece.
Contigo regressam os lutos,
Os anos e a sua vaga de caixões
Que o teu sol friorento ilumina
- Sol de morte, sol de ruína.
E sempre os gritos sufocados
Dos teus amigos, o aborrecimento, o vento,
Reinam sozinhos sobre a terra cansada;
A vida extingue-se, o tempo tudo apaga.
Tradução de Cristino Cortes
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