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Disseste
Tudo está bem a estrela
brilhando para se guiar
o sol que adormece na beirinha do
mar
a ave leve sobre a rama
agora a chuva
iluminando os silêncios do amor
e em cada gota de riso e suor
um arco-íris a brilhar que nos
chama
lá do lugar
onde o Tempo se pôs a sonhar
com a história em que se há-de
achar
este tempo que foi dado aos dois
e é nossa antes e depois
Poema ecológico
para os do costume
De ti, não vemos a cara,
só dás rosto ao rosto infecto
de uma praga, de um insecto
que se espalha pelo país
e nos destrói a raiz,
que fala e soa a soneto
que não é branco nem preto,
porque é de bicho-careto.
Levas esta versalhada,
não serves para mais nada.
Sem título
Ao perguntar-me, há
bocado,
se sonharia, julguei
sentir-me todo encostado
a um eu de um qualquer
lado,
de que nunca suspeitei.
Como se esse eu fosse
alguém
a quem estivesse colado
costas com costas. Porém,
não vi nada nem ninguém,
ao virar-me, admirado.
Para o que desse e
viesse,
esbracejei à minha volta,
em busca do que pudesse
estar escondido e me
quisesse,
alma penada ou à solta.
Não sei bem o que me deu,
chamei por ele… por mim…
Mas ninguém me respondeu,
apenas um eco meu
que parecia rir, no fim.
Confuso, meio receoso,
pior ainda: irritado,
fiz-lhe caretas de gozo
que, eu cá, nunca fui
medroso,
nem estou para ser
gozado.
Mas nada, nada buliu
perto ou longe dali,
nada chegou ou fugiu
nem se fechou nem se
abriu...
Fiquei-me, não insisti.
Será que sonhei um sonho?
Não será original
e não chega a ser
medonho…
Uns copitos de medronho
e a coisa passa.
Afinal...
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