Greta Knutson
A COLINA DE ZAMÁN
A grande colina
erguia-se perto da velha cidade,
Um penhasco contra o
fundo da rua mais povoada;
Verdejante e cheia de
bosques, cá de baixo parecia escura
E dominava com a sua
altura
O campanário junto à
curva da estrada.
Há duzentos anos que
se ouviam rumores
Sobre o que ocorria
nessa ladeira que o homem devia evitar ...
Histórias de veados e
de pássaros estranhamente mutilados
Ou de garotos
perdidos cujos pais tinham cessado de esperar.
Certo dia o carteiro
não achou o povoado no seu lugar
E ninguém voltou a
ver os habitantes ou as casas;
As pessoas vinham de
Aylesbury e ficavam-se a olhar...
No entanto, todos
diziam ao carteiro que era um ingénuo
Ou estava louco por dizer que conseguira descortinar
Os olhos carnívoros
das altas colinas e as bocarras
Abertas de par em
par.
O PORTO
A dez milhas de
Arkham descobrira um carreiro
Ao longo da falésia
alcantilada de Boyton Beach
E aguardava o momento
em que o ocaso coroa
A crista que assoma
por sobre o vale de Innsmouth.
Ao longe, no mar
alto, uma vela vogava
Branqueada por árduos
anos de velhos ventos,
Carregada com o mal
de algum facto inexplicável.
E não ergui, assim,
mão ou voz para saudá-la.
Veleiros de
Innsmouth! Ecos de idas memórias
De tempos já
longínquos; a noite ia caindo,
Bem cerrada, quando
cheguei ao topo
De onde era meu
hábito olhar a povoação.
Além estão os
campanários e os telhados... Mas, olhai!
As trevas
Propagam-se nas ruas,
tenebrosas como tumbas!
(Tradução de Nicolau Saião)
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