terça-feira, 29 de março de 2022

PÓRTICO

 


O. K.



SOBRE A BARBÁRIE

 

  Chegou-me há um par de dias, dirigida por um confrade, uma questão referente à bárbara agressão perpetrada por diversos indivíduos sobre quatro agentes policiais na sequência da tentativa destes de apartarem uma discussão, seguida de violência, junto de uma discoteca lisboeta.

 

   Vamos a factos: nos últimos tempos, principalmente após a formação da chamada geringonça, criou-se contra a Polícia um ambiente de hostilidade inegável, vinda principalmente de adeptos geralmente conotados com gente extremista de grupelhos ou mesmo retintamente marxizantes, sintetizada na tristemente célebre expressão ostentada num cartaz partidário, numa manifestação, que proclamava liminarmente "polícia bom é polícia morto". 

 

   É necessário, é mesmo imprescindível, acentuar que tal expressão é claramente cifrada por gente de formação social-fascista, de ultra-partidários que apenas visam ferir o ambiente de convivência democrática e de destroçarem as liberdades arduamente conquistadas, alvo maior dos partidos totalitários que, embora de maneira residual, ainda existem em Portugal.

 

  Por outro lado, dois aspectos mais há a considerar: o laxismo do sistema judicial que, posto ante as consecutivas agressões ilegítimas contra os agentes de uma polícia regida por regras democráticas que existem no seu estatuto legal, geralmente atribuem penas suspensas aos agressores. E isto é típico duma sociedade e das suas encarnações governativas que - por mor da geringonça citada - visa criar um ambiente que justifique, depois e a seu tempo, uma governação claramente autoritária, a exemplo do que hoje existe na Nicarágua ou na Venezuela. 

 

  Ainda, a realidade que foi há uns meses noticiada por jornais de referência: que existem grupos que se alistam nas forças armadas de elite, onde aprendem técnicas marciais - e que depois se desligam, passando ora a exercer funções em associações para-legais ou menos que isso, de seguranças e, até, de colaboração inscrita em colectivos delinquentes!

 

   O que se passou há um par de dias, e cujos autores conforme notícias a que tivémos acesso já estão identificados - eram militares de corpos de elite e praticantes de boxe e outros jogos marciais - estando dois deles já detidos, esclarece-nos suficientemente.

 

   Porque, na prática e como se tem comprovado, afinal as potenciais vítimas não são só os agentes policiais - primeiros alvos da brutalidade de ataque a uma sociedade legitimamente fiscalizada democraticamente - mas todos nós os cidadãos que acaso lhes caiam ante o seu ódio a um ambiente de civilidade e, mesmo, de civilização!

 

ns


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