Dissertação breve para o valor do
número sete
Como
de quase todas as coisas na Vida do número sete pode dizer-se e escrever-se
tudo ou quase tudo, desde o Sagrado ao Profano: sete são os dons do Espírito
Santo, sete os pecados capitais, sete as obras de Misericórdia (sete
espirituais e sete corporais) mas ao mesmo tempo também os nomes dos jogos de
cartas (sete-e-meio, sete-em-porta e sete-e-oito) sem esquecer o sete-estrelo
do firmamento e a couve de sete semanas das hortas ou as sete saias das
mulheres praia da Nazaré. Há várias plantas com nome feito a partir da palavra
sete: sete-marias, sete-em-rama, sete-espigo, sete-coiros ou sete-cascos. No
Algarve sete-espigas é o nome de uma casta de uva branca.
Na
vida de todos e de cada um de nós o número sete marca várias etapas (infância,
adolescência, maioridade, idade adulta, maturidade e por aí fora) sempre de
sete em sete anos. O Povo na sua especial sabedoria chama setentão a quem tem
setenta anos de idade mas não conheço o nome dado a quem celebra os seus
quarenta e nove anos – que significa sete vezes sete e o mesmo será dizer sete
vezes menina.
Do
curioso baralho da Editora Apenas Livros com data de 2020 e design de Susana
Resende («Cartas na mão Diabo no coração») escolhemos estas quatro cartas com
«setes» para ilustrar o texto seguindo uma das mais antigas regras do
jornalismo: encontrar sempre uma boa ilustração para o texto que se procura de
facto aprimorar. E a melhor maneira de o qualificar é escolher uma ilustração
talvez melhor que o texto – claro que tudo isso é discutível e, em último caso,
cabe ao leitor dizer de sua justiça.
Sem comentários:
Enviar um comentário