HUMANISMO
Eileen Agar
Não somos todos iguais nos conhecimentos,
não somos todos iguais quanto à saúde, mas somos todos iguais sob o prisma do
humanismo, todos somos seres humanos, seja-se ”sem abrigo”, seja-se um alto
funcionário do estado. Mas a sociedade ainda não entendeu que seja assim. Os
próprios cidadãos ainda não entenderam que é urgente um NÃO à subserviência.
Aqui não se trata de poderes, de dinheiros,
pura e simplesmente de “valores humanos”. E se José António Saraiva, num artigo
que nos faz pensar, diz que caminhamos para a barbárie, eu atrevo-me a lançar
esta questão polémica. Claro que não se pretende abolir o “respeito
hierárquico”, não queremos transformar a “liberdade” em “libertinagem”, as
regras da “boa educação” são sagradas.
Agora não podemos voltar aos tempos do
“Senhor” e do “Servo”, que ainda no antes do 25 de Abril eram latentes. Fui
testemunha, era criança, e desde logo fiquei marcado para hoje ser um defensor
da igualdade de tratamento.
É esta a missão a que nos propomos, que para
uns até será utópica, mas em que eu acredito - abrir os ”Caminhos da Igualdade
Humana”
Recordo-me da rivalidade vila-campo, em que
eram estes que se comportavam como inferiores na maioria dos casos. E há muitos
anos que a situação se alterou.
Recordo-me de as mulheres da vila chamarem
cabreiras às do campo. E estas ripostavam que eram cabreiras para guardar as
cabras da vila. E hoje “todos somos Montargil”
No respeito pelos valores humanos, acabemos
com os complexos de inferioridade. Mas somos nós, os menos protegidos, que nos
temos que impor, porque ainda há muitos arrogantes que desconhecem o humanismo.
Ainda agora se realizou mais um acto
eleitoral e quer um “sem-abrigo” quer o presidente da República, cada um valeu
um voto.
Montargil, 28/09/021
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