A ILHA DOS AMORES
É nas torres solitárias que se guardam
os segredos
as chaves que permitem aceder
aos céus mais raros
A noite é uma misteriosa fiandeira
de brumas e de mantos
Os seus dedos têm ágeis rocas e
A sua carne não verte sangue. Redes
Prisões, sepulcros, penedos ocupam sempre
as arcas
que o sol procura além-degredo.
in “Arte Régia”
Leonora Carrington
A MÃO CINÉTICA DO AZAR
[Texto Automático]
Lacem o vão da sineta
E que a telha sonhe dar
Pevide na hora da vide
Mastodôntico oracular
Já nu vai o dormido
Chá no dedo com que murchar
Chupar solha de malha
Paredão de lã a masturbar
Macedónia de Adão doura
Zenão por um tubo tocar
Andaram archotes à sova
A vara hélice o via nadar
Louco feito a guiar azeite
O cabeção sexagenário
Ralha a puxar o malho
A cada Maio o seu ralo
Chaves coxas despenham
As velhas do Pragal
Na enxerga hóstias de banho
Anilhas de purga sal
Fecho pedrês em aço de seio
Os ossos põem a mandar
Breu que gira a subir
Insonsa língua de leão
Êxtase em saldos de sangue
Orifícios de progressão
Sapo salta navio alto
Tojeiro de mafarrico
Despi-me em mudo aviso
Ó neves para cá do salto
Calças pranto nos peitos
Jaz a eito o dom no bidé
Aos portões do tijolal
Hei visto o deus das minas
Tomei um lar em jornal
Eças e penas nas eiras
Estucha triste até voar
Homem parede a fugir
André por perto a coçar
Ameixa no vinho de Celas
Pura goela de Ksar
Anão careca vasos fala
Que lhos puxaram a gritar
De arte hei bombo e bala
Perna guelra sem esfolar
Na cana o céu que abala
Da mão rota de agarrar
Arde bem a ratoeira
Na nuca o espaço curar
Correm vozes na eira
Num Agosto de cortar
Nove têm onde é cheio
Mar de rei ressaca em asas
Pelo ar o malte a secar
Nevou a cobiça em Malta
Aquela mole a segurar
As migas à rés têm claras
Dentífrico demito de aldear
Alcácer cego temeu canteiro
Calvícies te deram o ar
Aluguer do Anão perneta
Panela de heras ao mar
Caxemira peixe e vinho
Nauta poço anda a caiar
Mete a manhã nos cordões
Derreado na vila do ar
Assobio ao mestre leal
Ícaro à mão em quarta meta
Dispara através do ar
A mão cinética do azar
Cai em cheio com desenho
Quatro varas a nevar
Meterás o laço pelo meio
Pinhão de bem vedar
Mauro capão esmeraldo
Sumaúma encanada
Vozeirão de Deus a fritar
Jejum de bingo doido na asa
Águia calma a jeito de arrombar
Calcei o urubu em catinga
Vernáculo chupa a podar
Sabe esperá-lo o mestre Elo
Haver bichas a dar dália
Arreios mete em Penélope
[Obtido por tradução fonética]
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