segunda-feira, 28 de junho de 2021

Dois poemas de Alfredo Pérez Alencart

 




GUERREIRO

 

Tu pareces

um leão ferido para a vida

numa região

de pássaros zangados:

 

sangue na infância

e agora punhais

de inveja.

 

Entendo.

Tu e eu

não é que sejamos parecidos;

é que somos iguais,

 

crentes esperançosos

em que não ressuscite

a traição.

 

Por aquela luta

esperamos pelo sonho.

 

IMIGRAÇÃO

 

Não importa

que tu venhas ou vás:

 

sempre te seguirá

um pedaço de chão

 

ou um olhar arisco

declarando-te

estranho.

 

Serão dias cinzentos

que não serás capaz de tirar

de cima de ti.

 

E irás declarar-te

devedor,

embora diariamente

 

ganhes

a partida.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Aos confrades, amigos, adeptos e simpatizantes

     Devido a um problema informático de última hora, não nos será possível fazer a postagem desta semana.    Esperando resolvê-lo em breve,...