segunda-feira, 31 de maio de 2021

Um poema de César Moro

 




O MUNDO ILUSTRADO

 

Assim como a tua janela que não existe

Como uma sombra de mão num instrumento fantasma

Assim como as veias e o fluxo intenso do teu sangue

Com a mesma igualdade com a preciosa continuidade que

A tua existência idealmente me garante

À distância

A distância

Apesar da distância

Com a tua testa e o teu rosto

E toda a tua presença sem fechar os olhos

E a paisagem que brota da tua presença quando a cidade

Não é nada além do reflexo inútil da tua

presença de hecatombe

Para melhor molhar as penas dos pássaros

Essa chuva cai de muito alto

E isso prende-me sozinho dentro de ti

Dentro e longe de ti

Como um caminho que se perde num outro continente.

 

(Tradução de ns)


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