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Amanda Gorman vai ser
traduzida em Portugal pela jornalista de origem angolana Carla Fernandes
Editorial
Presença quer publicar nos próximos meses três livros da poetisa que participou
na tomada de posse de Joe Biden. Traduções de Amanda Gorman têm sido polémicas
por questões identitárias.
A
poetisa norte-americana Amanda Gorman, que se tornou mundialmente conhecida a
20 de janeiro pela leitura do poema A Colina Que Subimos durante a tomada de
posse do presidente Joe Biden, vai ser publicada nos próximos meses em Portugal
pela Editorial Presença e terá tradução da jornalista e programadora cultural
de origem angolana Carla Fernandes.
A escritora holandesa Marieke Lucas
Rijneveld, de cor de pele branca, foi inicialmente apontada pela editora
Meulenhoff como tradutora de A Colina Que Subimos, alegadamente a conselho
da própria Amanda Gorman. Perante uma torrente de críticas - nomeadamente um
artigo de jornal da ativista negra Janice Deul, segundo a qual a tradutora
de um poema destes deveria ser jovem, mulher e negra - Marieke Lucas
Rijneveld autoexcluiu-se da tarefa. Dias depois, na Catalunha, o tradutor
Victor Obiols foi desconvidado pela editora Barcelona Univers, por afinal ter o
“perfil errado” para verter para catalão A Colina Que Subimos.
(Dos
jornais)
E portanto colocamos uma tradutora negra a
traduzir o poema de uma autora negra. Nós sabemos que a regra é estúpida e
racista, eles sabem que a regra é estúpida e racista, e nós sabemos que toda a
gente sabe que a regra é estúpida e racista. E no entanto, cumpre-se a
regra. Fantástico como as ideias mais estúpidas subscritas por 10% do
eleitorado são impostas a todos nós.
José
Santos
Dou o meu total apoio a Amanda Gorman. Uma
poética de tal acreditada qualidade e profundidade só pode ser entendida por
autóctones africanos…Acho que só a tentativa ou mesmo o simples desejo de
comprar o livro já é ofensivo, xenófobo, racista, machista, fascista,
capitalista e colonialista. A única atitude correta para pessoas de outros
grupos populacionais é evitar qualquer interação com o livro. Sabendo onde se
possa comprar, é passar longe de tal livraria, onde os olhos não o possam
aperceber, nem de relance…!
Américo
Silva
Alguém
sabe se o livro será impresso em papel branco???
R. Lima
Eu não compro de certeza. Não pela poetisa,
não pela tradutora, mas pela atitude da editora, obscenamente submissa e politicamente
correta até à náusea. Não comprar é agora uma luta pela liberdade.
Maria
Odete Pereira

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