Entrevista a Nicolau Saião por Lino Mendes
Resposta – No que respeita à primeira das
opiniões: as pessoas que isso dizem, de duas uma: ou o fazem por pura
ignorância devido ao seu carácter ou impreparação qualitativa ou, então, é por
mera táctica para justificarem ou branquearem na prática o terrorismo ou aquilo
que fortemente o produz: a religião ou a ideologia específica desta. Na
verdade, o que gera o terrorismo são comunidades e não famílias, embora no caso
do terrorismo islâmico a acção das famílias possa agravar o caso, pois é no seu
seio fortemente marcado que muitas vezes o fanatismo religioso é incrementado.
No caso
islâmico, em que as comunidades e portanto as famílias vivem maioritariamente
em círculo fechado, não convivente com o exterior (onde no entanto foram
aceites e frequentemente são ajudados com subsídios e outras facilidades
vigentes nesses países democráticos) isso torna-se mais
acentuado. Como a História e o bom-senso nos mostra, devido ao seu tipo de
formatação mental secular produzido por um tipo de estruturação social
autoritária assente num totalitarismo religioso (no Coranismo não há as
chamadas “frestas de tolerância” como
no cristianismo e no catolicismo moderno ou “agiornado”), os muçulmanos
geralmente desprezam os outros povos, que consideram kaffir (não crentes, que merecem submissão). Manifestam uma clara
xenofobia – essa sim, insofismável – com fortes apelos racistas. Um ser humano
de outra origem só merece igualdade se se converter. Caso contrário é um
putativo inimigo a marginalizar ou a não considerar, no mínimo. Foi isso que
determinou a decadência árabe e modernamente desperta nos cidadãos ocidentais,
caldeados pela Razão e a Democracia, uma repugnância instintiva pelo
islamismo.
Cinicamente, para tentarem camuflar tal facto, os ”politicamente correctos”
cunharam a palavra “islamofobia”,
usada por eles como “arma de guerra”
para atacarem os que não desejam ser submetidos pelo Islão e o dizem
publicamente.
No que
respeita à segunda das opiniões: um terrorista islâmico pode ser proveniente de
qualquer classe, pois todas elas estão na dependência mental do Islão. O que
acontece é que os islamitas das classes mais desfavorecidas não dispõem de
tantas possibilidades logísticas, digamos. Geralmente são empregues como massa moldável para manifestações,
apoios consentidos, etc. Até nisso se verifica a discriminação social
característica dos mandantes reais islâmicos …
Com respeito à questão que é posta na terceira
parte deste item – No caso islâmico o que gera o terrorismo é, em primeiro
lugar, o tipo de formatação social e mental produzido por esta religião (que
muitos pensadores consideram na verdade uma ideologia camuflada): o totalitarismo inscrito na sua Entidade
propulsora (Allah), cuja vontade deve ser seguida não só absolutamente mas, também, inquestionavelmente
(Ou seja, o crente não pode perguntar-se sobre o culto ou o senhor dele). Isso
gera o fanatismo, a intolerância extrema e, em última análise – se aparece um
colectivo fundamentalizado (Al-Qaeda, ISIS…) – a brutalidade extrema e
desumanizada e o crime expresso.
Finalizando, eu chamava a atenção para o facto de que o terrorismo
islâmico nada tem de comum com outros terrorismos historicamente conhecidos.
Este visa o domínio total do mundo, com submissão a uma Entidade mística,
enquanto os outros visavam dominações político-sociais sectoriais ou mesmo de
real libertação.
2)-Passemos
agora ao “terrorista que se autoflagela”, que está convicto de que entra de
imediato no paraíso. Mesmo tendo família…
Resposta
- Isso provém, claramente, do já referido fanatismo, pois a formatação mental
obriga o crente, que naturalmente aceita o facto “de olhos fechados”, a ter
como certo que o espera após o sacrifício
um Paraíso povoado de virgens e de iguarias e, adicionalmente, a salvação
eterna!
Quanto à
família, para o islamita convicto a família é secundária, só Allah e os seus
mandamentos contam acima de tudo. Lembremo-nos que, normalmente desde os dois
anos, os pequenos islâmicos são submetidos nas “madrassas” (escolas muçulmanas
das mesquitas) a uma “evangelização” intensíssima que os verga completamente à
crença. Uma espécie da nossa antiga catequese como a descreveu Eça, mas cem
vezes mais intensa…
3)-Naturalmente
que há diferenças entre os terroristas que no século XIX poupavam mulheres,
crianças, idosos ou outros Inocentes (se assim foi…) e os actuais. Como agora
em Paris, em Bruxelas…
Resposta –
Sim, há diferenças. Para um partidário da chamada “acção directa” dos séculos
19 e 20 (fiquemo-nos por estes) a bomba ou o tiro eram dirigidos contra
mandantes de topo - reis, presidentes, argentários, etc. – considerados
fautores de miséria ou de abuso sobre o povo ou a sociedade. E só
adicionalmente, à guisa de “danos colaterais” atingiram pessoas do quotidiano.
Este tipo de terrorismo, islamita ou fundamentalista, é dirigido contra todos os que participam do
chamado “mundo kaffir” e visa ser o prólogo da tomada de poder do Califado
global. Por isso os que dizem que não é um terrorismo religioso ou se enganam a
eles mesmos por razões de estratégia da “real politik” ou pretendem
enganar-nos, adoçando a nossa justa indignação. Lembremo-nos de preleções hoje
facilmente visíveis na Net nas quais os chefes islâmicos dizem que todo o
crente está com os que atacam os “infiéis”. Um “moderado” islâmico, a
realidade já o demonstrou, ou o é por razões de interesse próprio (mas só o
pode ser no Ocidente…lá seria preso ou marginalizado) ou pensa que o bolo lhes cairá nas mãos sem
necessidade de violência, apenas com a progressiva e maciça islamização a que
têm procedido por laxismo das democracias decadentes.
4)-Será
que se pode considerar terrorismo religioso quando ao mesmo tempo invocam
o facto do governo francês ter armado os curdos?
Resposta
- Claro que sim, pode. Já de muito antes de a França ter dado possibilidades
aos curdos de resistirem ao massacre a que os islamitas estavam a proceder, o
islamismo radical tinha tornado claro o seu intuito de atacar o ocidente assim
que pudesse. O eles dizerem isso não é mais que propaganda e contra-informação
– a que aliás grupos neo-estalinistas ocidentais dão apoio e cobertura,
no seu interesse de desbancar a Democracia, ainda que imperfeita. Qualquer
pretexto lhes serve para as suas acções, como tem sido mais que visível. Em
nome, não esqueçamos, de Allah ou do profeta, expressamente!
5) - Como
se deve responder a um ataque terrorista, fazê-lo de igual maneira?
Resposta – Nunca se poderia, em retaliação, fazer
o mesmo, pois as forças em confronto são de
diferente índole e propósito. O
que se deve fazer é, sem complexos pois se trata de defender as populações
contra um inimigo totalitário e impiedoso, que visa a destruição da Cultura, da
tolerância democrática e dos valores reais do espírito, combatê-los como se
combateu o nazismo pois estamos na verdade sob guerra total desses fanáticos.
6) - Haverá
maneira de contribuir para evitar o aparecimento de terroristas?
Resposta – No que respeita ao terrorismo islâmico
e no actual estado de coisas, não me parece possível. Só depois da destruição
do auto-designado Estado Islâmico infiro que se poderá partir de novas bases,
que serão: criação de uma diferente geo-estratégia bilateral com os países
árabes, que terão de abandonar a posição de férreos possuidores do petróleo, o
que causa o aparecimento de estratégias concorrentes do ocidente, nem sempre
adequadas; abandono do proselitismo, com abertura à modernidade; controle
desinibido da islamização na Europa e no mundo. Relacionamento positivo e sem
cegueiras ideológicas no âmbito de uma verdadeira Associação Internacional.
Adicionalmente, criação de leis que cerceiem a cínica desinformação, de cunho
claramente pró-totalitário e mentiroso, das formações neo-estalinistas que se
estabeleceram após a caída do Muro e que, ainda que disfarçadamente, apoiam
o extremismo islamita por razões de agit-prop
visando não uma verdadeira “revolução” das mentalidades e das adequações
societárias mas sim uma ditadura como as do antigo Leste.
7)-Agradeço
que diga tudo o mais que considere importante e não esteja implícito nas
anteriores questões.
Resposta – A luta necessária que somos forçados a
efectuar contra o chamado “fascismo verde” será tanto mais conseguida quanto
mais Verdade Democrática houver nas sociedades. Não devemos pois deixar-nos
encantar por certas “vozes de sereias” que, pretextando beneficiar o zé-povinho
apenas visam jungi-lo aos seus interesses ilegítimos e refalsos. E não devemos
deixar-nos seduzir por aparências de palavras fraudulentas, pois não será bom
esquecer que Hitler tinha cunhado no nome do seu partido a designação de
socialista e Estaline se reivindicava, depois de ter morto milhões de cidadãos,
de ser um “Pai dos Povos” progressista…
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