Caríssimo
Segunda 14 de dezembro será expedido para o
seu endereço o seu exemplar do n.º 30-31 da DiVersos - Poesia e Tradução (em
quase 25 anos é a primeira vez que fazemos um número duplo por necessidade de
vencer alguns atrasos, e por outros fatores; com 316 páginas e cerca de meio
quilo de peso, a lombada tem 2 cm de espessura; esperamos que não seja obstáculo
para ser depositada na sua caixa de correio).
Esperamos também que chegue sem muita demora
apesar das atuais circunstâncias desfavoráveis. Dado por vezes haver problemas
com os correios, agradecemos se nos puder informar quando da chegada. Para evitar
devoluções, pedimos se possível que esteja atento.
Em anexo pode ver-se o sumário do n.º 31-32
que dá uma ideia do seu conteúdo.
Saúda cordialmente,
José Carlos Costa Marques
*
Um número de homenagens na DiVersos (mas
todos o são), este número duplo 30-31. Todos o são, porque o espírito humano
não distingie, essencialmente, entre mortos e vivos. Nele, essencialmente,
todos são vivos. Não obstante, é uma homenagem com carinho especial a que
fazemos a Manuel Resende e a António Fournier. De gratidão pelo que representam
na biografia da DiVersos. Manuel Resende: foi dele a ideia de criar esta série.
Foi ele quem lhe deu o nome – e a latitude e abertura fora de qualquer espírito
de capela ou de escola. António Fournier: um tradutor que veio ter connosco
trazendo consigo a Itália e a Madeira, e nos deixou a saudade da sua grande
generosidade e delicadeza. Homenagear é comemorar e recordar. Por coincidências
múltiplas, este número recorda, aproveitando a convencionalidade das datas, um
grande vulto do século XVIII, Hölderlin, e outro grande do século XIX, Herman
Melville. Mas também uma poetisa grega falecida neste mesmo ano de 2020, Kiki
Dimoulá, e uma poetisa portuguesa falecida em 2016, Maria Amélia Neto, cuja
inexplicável obscuridade despertou o nosso inconformismo e a esperança de
contribuir para a trazer à claridade que deve ser a dela. Neste caso, as datas
são apenas uma oportunidade, tanto para os que morreram como para os que estão
vivos. Daí que celebremos os 101 anos que já perfez Lawrence Ferlinghetti,
poeta e editor de poetas, uma lenda viva de forte irradiação. Um núcleo
destacado neste número é a seleção «Três Poetas da Bahia» (Florisval Mattos,
Roberval Pereyr e João Filho) que, depois de alguns anos de germinação, é agora
finalmente incluída aqui, graças aos cuidados de Wladimir Saldanha. Ele próprio
poeta da Bahia e colaborador da DiVersos, que, esperamos, venha em breve a
reincidir. Do Brasil estão ainda presentes neste número André Luís Pinto, Jean
Sartief, Ronaldo Cagiano e Viviane Santana Paulo. Carlos Sousa Almeida, Diana
V. Almeida (mas cujo poema, embora traduzido por ela própria, foi originalmente
escrito em inglês), Eduarda Chiote, João Vilhena, José Pascoal, Liberto Cruz,
Luís Serrano, Margarida Vale de Gato, Nicolau Saião, Pedro Silva Sena, Sandra
Costa são outros poetas de língua portuguesa, portugueses de nacionalidade,
alguns pela primeira vez na Diversos, outros de novo (os primeiros três e os
últimos quatro). Ou, como Sebastião Belfort Cerqueira, pela primeira vez mas
com dois livros publicados neste mesmo editor: o seu primeiro (O Pequeno Mal) e
o mais recente, no momento em que escrevemos (Monda). Uma novidade linguística
neste número é a primeira publicação de um poeta islandês, Kristian Guttesen, e
de uma poetisa macedónia, Marta Markoska, em ambos os casos tendo como
língua-ponte o inglês. Talvez isso encoraje o aparecimento junto de nós de algum
tradutor que o seja diretamente dessas línguas, quem sabe? Estes dois poetas
foram-nos trazidos e apresentados por Glória Sofia, poetisa caboverdiana
radicada em Roterdão, e de quem incluímos alguns poemas no nosso número
anterior. Obrigado, Glória! De resto, do búlgaro temos desta vez Gueorgui
Konstantinov traduzido pela poetisa búlgara Zlatka Timenova, radicada em
Lisboa. Do italiano, Guido Gozzano, poeta «crepuscular» do início do século XX,
cuja presença aqui, como mais adiante se explica, é uma forma de homenagem a
António Fournier. Do inglês, Lawrence Ferlinghetti, jovem poeta de 101 anos,
dos Estados Unidos, a que já aludimos, e Wendy Lee Hermance, poetisa
norteamericana radicada na Senhora da Hora (Matosinhos), traduzida por José
Lima, amigo de sempre e desde a primeira hora. O n.º 1 da DiVersos tinha apenas
36 páginas. O número de páginas foi aumentando insensivelmente, mas só
ultrapassou as 100 com o n.º 10, comemorativo do 10.º ano de existência. Voltou
depois a situar-se abaixo das 100. A partir do número 18, esteve sempre acima
desse número de páginas, e acima das 150 a partir do n.º 22. O n.º 30-31 é
porém o primeiro número que batizamos como duplo. É que, ultrapassando as 300
páginas, com ele procurámos reabsorver atrasos vários e colocar a pauta em dia.
Pela primeira vez, o aumento de páginas se reflete no aumento do preço avulso
(muito ligeiramente), apenas para este número, e influencia a duração abrangida
pelas assinaturas. Esperamos para tal a compreensão dos que nos acompanham.
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