quinta-feira, 15 de outubro de 2020

José do Carmo Francisco - Poema para José Pereira, o pássaro azul

 



«E ainda me devem seis contos»

Ouvi eu esta sua frase magoada

A única vez que consigo pude falar.

Uma resposta à sua difícil saída

Foi para o Beira-Mar, o de Aveiro

Lá pelos idos de sessenta e sete.

Mas nada acontece por acaso aqui

 Mário Duarte foi o primeiro keeper

Da equipa de cruz de Cristo em 1919.

Há quem teime em ver o seu perfil

Todas as manhãs frente ao Mosteiro

E de costas para o Centro Cultural.

Tudo isto tem a sua razão de ser

No país de doutores e engenheiros

E de mortos que falam em Belém.

Dizem eles que morreu há um ano

Mas eu não acredito em ninguém

Só quando lhe pagarem seis contos.

José do Carmo Francisco


1 comentário:

  1. Continuo a dizer a José do Carmo Francisco: com tanto que tem escrito, disperso pelo Mundo, está na hora de começar a compilar essa vida literária. Uma vida com tanta riqueza acumulada tem que ser sistematizada para que naquele dia em que os telemóveis finalmente capitularem, se erga um Sol de Cultura em que todos olhem para ele sem ficarem ofuscados.

    ResponderEliminar

Aos confrades, amigos, adeptos e simpatizantes

     Devido a um problema informático de última hora, não nos será possível fazer a postagem desta semana.    Esperando resolvê-lo em breve,...