quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Um Poema de Philip José Farmer

 

(O autor, um dos mais conceituados cultores da Science-Fiction, também se desdobra em ensaísta e poeta. E a sua qualidade nesta matéria é aqui atestada indubitavelmente).                         

 


O PTERODÁCTILO

 

Remoto pai primevo de esvoaçantes plumas futuras

pelo cerebral jurássico vais num estremeção

de asas coriáceas   temeroso

de te embrenhares nos lameiros onde os sáurios

resolvem seus assuntos de ilhargas e dentes.

Predador metafísico de dedos alados

o canto entorpecente dos teus intestinos

revela o entusiasmo com que absorves

saborosos ectoplasmas   esbanjando

o teu fogo interior que pressagia

a imagem futura de um esqueleto

morto na tentativa de ficar.

 

Bicudo resumo da incorpórea ideia

passarola batida pelas lufadas de vento

cruzas abstractas névoas   invadindo o mar da Obra.

Devoras estranhos peixes    desenvolves

largas penas brilhantes e recobres

com a carne da forma os ossos do conceito.

 

Assim deriva

do acto de Beleza   a beleza do Acto                                                 

                

                                                              (Tradução ns)

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