segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Um poema de Robert Desnos

 


VENTO NOCTURNO

No mar marítimo perdem-se os perdidos

Os mortos morrem caçando caçadores
dançam à roda uma dança de roda
Deuses divinos!

Homens humanos!
com os meus dedos digitais despedaço um cérebro
cerebral.
             Que angustiante angústia
Mas as  amantes amestradas têm cabelos cabeludos
              Céus celestes
              terra terrestre
mas onde está a terra celeste?

 

                                                        in “Corps et biens”

                                                                   Tradução de José Pascoal

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