Nicolau Saião, Sem título
dia de trabalho na capital
Em ruas de
Lisboa
De que não sei o nome
Passam-se coisas muito estranhas.
De que não sei o nome
Passam-se coisas muito estranhas.
Voam jornais
velhos, facas e alguidares.
Passam, mesmo, camelos
Pelo buraco da agulha.
Passam, mesmo, camelos
Pelo buraco da agulha.
E vem gente
de muito lugar
E muito cedo
Nos comboios do Rossio e de Santa Apolónia.
E muito cedo
Nos comboios do Rossio e de Santa Apolónia.
Voam jornais
velhos, facas e alguidares.
Passam, mesmo, aves
Como no soneto de Sá de Miranda.
Passam, mesmo, aves
Como no soneto de Sá de Miranda.
Que
estranhas coisas se passam em Lisboa.
embora
as folhas caiam
Embora as
folhas caiam,
Os pássaros do Outono voam
Em círculos que anunciam
A chegada do Inverno.
Os pássaros do Outono voam
Em círculos que anunciam
A chegada do Inverno.
Ao longo do
caminho,
Espalho as minhas pedras,
Escolho os meus motivos,
Espero por melhores dias.
Espalho as minhas pedras,
Escolho os meus motivos,
Espero por melhores dias.
A cada
passo, encontro
Uma flor esquecida
Pela voragem do Verão.
Uma flor esquecida
Pela voragem do Verão.
A cada
passo, invoco
Da tua face escondida
O nome em vão.
Da tua face escondida
O nome em vão.
José Pascoal
Que excelente segundo pequeno-almoço! Um sujeito levanta-se, arranja-se, come e depois vem aqui à casa do Atalaião e dá com dois petiscos destes, "come-os" e fica consolado.
ResponderEliminarGrande abraço para o poeta e para o dono da Casa do Atalaião
JS