Nicolau Saião, Sem título
TÉCNICA DA TRISTEZA
Paradas,
As cadeiras esperam o
convite
Para que nos sentemos nelas.
Para que nos sentemos nelas.
As cadeiras não têm
coração.
São máquinas dispostas a tudo.
São máquinas dispostas a tudo.
Sento-me numa e lembro-me
Como quem não respira.
Como quem não respira.
Não tenho nenhuma palavra
a deixar
Aos meus.
Aos meus.
A INVENÇÃO DA
PRIMAVERA
A Primavera é feita de costumes
Brandos e bravos,
Vento que purifica os corpos,
Luas perfeitas como lâmpadas,
Livros sagrados por abrir,
Mãos que se abrem a sorrir.
É uma Primavera inventada
A partir dessa estranha calma
Que me invade nas noites sem dormir,
Sem saber quem serei
Quando o sono me levar
Para o último mar.
Depois de consagrada,
Não me falta mais nada.
(Poeta e internauta, criou a página digital
Gazeta de Poesia Inédita)
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