Evocando a morte de minha mãe
Ao sopro voltas, ao sopro tua
mãe onde nasceu
tudo quanto
há e o que respira. O que atravessa,
esse ar que
são pulmões ou seja sangue, o meu,
o teu, o
que, a cada golpe, bate e recomeça.
A tua mãe o
sopro. Pois foi dela que surgiu o teu,
o teu
sopro, a tua carne, que em ti pôs a promessa.
Ela viveu,
sim, ela viveu, tu viste que morreu,
mas em ti
vive ainda, e o sopro, e em ti reza.
A mãe. O
sopro. O sangue que em ti surgiu
e dela
recebeste, e o silêncio do amor calado,
e o sempre
sopro soprado, o hálito renovado.
Memória?
Tudo esquece, tudo morre, sepultado.
Eternidade?
Ela é momento, instante, obliterado
tudo. Mas o
sopro, tua mãe, revive, que te redimiu.
Quérquira,
23.05.05
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