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VARIAÇÕES EM TORNO DE UMA
PALETA GASTA
6.
Ergue-se o alvo diante de mim,
dividido
o arco entre o fogo e a fúria.
Não
há nomes, só rostos.
Sombras
prolongadas
muito
além da luz. Flâmula
viciada
em suas agulhas.
Golpe
de deslizes, preciso engano das palavras
que
nos refazem. Luz desprendida,
o
branco no sótão da alma,
a
obscura
penugem
do mundo refeito na ausência do alvo.
Uma
vez mais o agônico
acorrentado
à imagem de seus suplícios.
O BANHO DAS MODELOS
6.
Em qualquer momento revela-se tua queda,
seja
na máscara da volúpia, no desânimo
de
certas horas guardadas longe de si ou…
Desfigura-se
a eternidade em tuas imagens.
Acesso
de excessos ao redor da mesma dor.
Há
haveres infernais? Suspeita o poeta de
que
seus versos expõem o revés de toda moral?
Os
amores de Catulo, os tiros de Rimbaud.
A
poesia recolhe o ressoar de suas sombras.
Partilha
consigo as indomáveis contradições
que
elegeram as cortesãs por seus mistérios.
A
fidelidade ao prazer leva consigo o tormento
tanto
quanto a eternidade ama o instante.
in
“365 POEMAS & FOTOS”
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