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“PATACA A
TI…PATACA A MIM…”
Como os confrades & amigas/os bem sabem,
esta expressão oriunda do saber popular tem a ver com a “repartição"
do vil metal entre cumpliciados para uma determinada operação
ilegal, ou de baixos contornos pelo menos.
Ultimamente, num paralelismo que geralmente é usado com segundas
intenções - ou seja, de propaganda de um determinado sector que, antes de
recentemente ter sido desmascarado como falsário, se arrogava de possuir
superioridade moral - essa gente propala que no tempo do anterior regime de
Leste tudo era honestidade, repúdio pela acumulação de massaroca, boas
contas e honradez nos negócios. E aduzem que agora, pelo contrário, aquela
nação está na mão de cleptocratas, de oligarcas que, aproveitando-se do tombo
do antigo paraíso, enchem os bolsos e as bolsas como parasitas de
alto coturno.
Ora isso é absolutamente falso.
Façamos um exercício simples, de simples reflexão: quando os
adeptos dessa doutrina falam em comunismo, como sendo uma
aquisição daqueles regimes e daqueles países, há que dizer adequadamente: nunca
houve comunismo, nem sequer socialismo. O que existiu - e a certa altura já
nem disfarçavam - foi capitalismo de Estado, regime em que a
aparelhagem do Politburo dominava absolutamente, tanto no sector político como
noutro qualquer. As contas do Estado estavam todas apertadamente controladas
por esse órgão, que só tecnicamente, por razões de manejo, eram entregues a
outras secretarias/ministérios.
Daí que aos membros desse colectivo - que não estava sujeito a
escrutínio como nas Democracias - tudo fosse permitido. Os aparatchikis de
topo - a nomenklatura dirigente - dispunha de tudo a seu
bel-prazer, tanto mais que o seu chefe indiscutido, Stalin, tudo lhes permitia enquanto
estivessem nas suas boas graças.
Assim sucedeu por exemplo com o tristemente famoso Lavrenti Beria, antigo
chefe da NKVD (como Putin, depois mais tarde, foi da KGB)
riquíssimo dono de datchas (luxuosas casas de campo) e
de muitos milhões de rublos. Adicionalmente, como a História comprovou,
violador compulsivo de adolescentes e assassino legalizado (era ele mesmo que,
em casos seleccionados, abatia com um tiro na nuca os condenados à morte.
Até à
sua caída em desgraça, por mando do chefe supremo (foi abatido com 4 tiros na
cabeça por um tenente das forças de segurança mandatado para o efeito), viveu
faustosamente o seu tempo.
Mas
não foi caso único! Os outros da nomenklatura faziam o mesmo,
pois o país - como mais tarde isso aconteceu noutra ditadura de outro cariz, o
regime de Franco - era para eles como uma sua herdade.
Em resumo:
duma doutrina, acreditamos que com boa intenção, equacionada por Marx - fizeram uma
caricatura sangrenta e soez!
E todos os
colectivos semelhantes que lhes sucederam ou que deles se reclamam - com
palavrinhas doces (a agit-prop) são do mesmo cariz quando
tomam o poder.
Vejam-se os exemplos actuais, nos desgraçados países que lhes cairam sob
as mãos.
Putin não é mais que um herdeiro dos antigos mandantes. E os seus
métodos, bem como os da sua camarilha, não mudaram, nem podiam mudar.
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