quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

PÓRTICO

 

UM NIQUINHO DE MEMÓRIA…

 

   Não, não me parece que a memória dos lusitanos seja curta, como certos fabianos pretendem estabelecer. Pelo menos a de alguns.

   Por exemplo o nosso estimado confrade Álvaro de Navarro, que num gesto cordial de boa lembrança me enviou cópia de algo que eu já tinha esgarçado na memória e que, segundo ele, explica razoavelmente o agora com o textinho de outrora que aqui deixamos. Partidariamente falando.

  (O texto em causa foi publicado no espaço interactivo “Portugal e outras touradas”).





  “Estive para escrever um post. Mas para não dar trabalho ao director, escrevo um comentário, sublinhando que muito do que eu poderia dizer já ele o disse. E de uma maneira exemplar.

  Ouvi o discurso de demissão e assumpção da derrota calamitosa de Sócrates. Coroada por frequentes aplausos, o que diz bem do estado, tanto de carácter como de ideologia, a que este partido desceu. Um espectáculo ignominioso de baixeza, de lambe-botismo e de falta de vergonha política mas também, é claro e reflectidamente, pessoal desses militantes.

  Quanto a Sócrates, mostrou o seu rosto de manipulador, de hipócrita e de falso irmão.   Ele, que desprezava claramente os cidadãos que lhe competia governar por bem, e que tripudiava sobre eles com a sua malbaratação e os seus estranhos conluios - que terão de ser convenientemente apurados - veio falar com voz doce e afivelando uma mansuetude e uma grandeza de propósitos que a realidade crua nos diz que nunca teve, que é só cinismo e de mau quilate.

  Mas não é só ele que está apodrecido dum ponto de vista político. Também os consabidos áulicos que o rodearam e que ali, na derradeira jaculatória pindérica do líder exibiram os seus perfis de desconchavados governantes ou apoiantes da alta escala, mostraram que este PS é dominado por gente sem grandeza, sem ética humanizada e sem rumo. Desde o aparentemente senil Almeida Santos ao deslustrado Ferro Rodrigues, desde o fantasmal Alegre ao inenarrável Lacão, todos eles fizeram jus a esta coisa simples: vão-se embora quanto antes, desamparem-nos a loja!

  Pois nenhum conseguiu ter a dignidade de dizer, (de confessar?) esta coisa simples e óbvia: o que os portugueses principalmente recusaram e exautoraram não foi a crise, por dura que seja: foi esse indivíduo que agora procura compaixão untuosamente, fazendo-se gentil e colaborativo.

  Foi, em suma, tudo aquilo que vós representais - e que é tão desagradável como aquelas imundícies que em certos sítios se nos colam nos fundilhos quando nos sentamos em lixo inoportuno.

  Não percebem que a vossa presença política, os vossos sinais, são odiosos aos sentimentos dos portugueses sérios?

 

  PScriptum - Desejo apenas, porque me parece importante sublinhá-lo, chamar ainda a atenção para este facto: o ex-premier, depois de tudo o que fez para que a destruição ética e outras da Nação fosse o que se vê, ainda teve o arrojo de vir dizer que aguarda serenamente o julgamento da História!
  É isto de um cinismo (ou apenas cegueira?) inaudito - e pode crer que a História irá ser muito severa, pois raramente o País se tem deparado com um homem público de um tão evidente e sombrio descaramento.
  E digo a finalizar: agora que o quotidiano vai estar livre da presença obsessiva deste senhor, não tardará que os portugueses se perguntem: como foi possível termos entregue o nosso destino, durante vários anos, a este sujeito? E creio que, sendo por ora odiado, vai acabar desprezado.
  Aguardemos os tempos.
ns”


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     Devido a um problema informático de última hora, não nos será possível fazer a postagem desta semana.    Esperando resolvê-lo em breve,...