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Dusan
Matic nasceu em Cuprija, Sérvia, em 1898. Estudou filosofia em Belgrado.
Começou a escrever em 1923.
Foi
um dos fundadores do Círculo Surrealista de Belgrado e, sendo amigo íntimo de
André Breton e Juan Miró, pertencia no sentido espiritual aos surrealistas
franceses.
Autor, entre outros dos livros Bagdala: poemas, Os dados estão
lançados, Noite acordada, Segredos das chamas.
A
influência de Dusan Matic na poesia sérvia é notável.
Morreu em 12 de setembro de 1980 em Belgrado.
(ns)
ANTES DA TEMPESTADE
Deixa
a noite ser o que tu queres que seja de novo
Eu
não sei mais nada
Eu
não entendo nada
Até
a noite quando chega áspera e resinosa
Noite
e noite e noite.
Um
lugar de ouro e mal e bem e uma parede de desespero
O
que não significa que eu bato com a cabeça a cada hora
Um
êxtase sem personagem, uma razão sem choro
Pela
longa noite que está a chegar
Olha
e pareça ridículo e engraçado para sempre.
Exceto
pelo sangue que flui entre a dor de todos e a dor de todos
Não
há excedente para medir a sua profundidade.
Esquece
a sua memória esquece o seu esquecimento
Como
um viajante disperso, estarei numa estação desconhecida
Uma
ponte ferida pelas feridas do mundo estende-se por entre essas ruínas
Sobre
aquele horror e lama
Onde
o hábito da luz é quebrado numa lágrima não redimida.
Lá
na clareira daquele horror sem fundo para assistir e dormir
Frágil
no sótão e sozinho.
A
insolência não me ajuda em nada.
(Tradução de ns)
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