ns
POEMA PARA
CARLOS CARRANCA, NO DIA DA SUA MORTE
Talvez, quem sabe, meu Caro Carlos
Carranca, CC como eu
Já o tenho pensado e hoje é maior
ainda a razão:
Se vestisse a tua capa de Coimbra,
quem sabe se no coração
Não ficaria diminuída esta saudade
que arrasto ao léu …
À guitarra não te poderia acompanhar,
tal capacidade
Me falta. Mas sempre soube
reconhecer-te a beleza da voz,
O timbre, a boa colocação, oh irmão
de tantos de nós
Amigo e camarada, sem jamais ter
vivido na tua cidade!
A poesia nos uniu, oh companheiro. É
de olhar embaciado
Mesmo bem triste que me curvo, nesta
última e sentida homenagem;
Tão prematura, no fundo algo
imprevista, te foi esta viagem
Contigo levando o muito sonho que
querias ver realizado…
Homem bom, digno, decente, aqui te
deixo esta flor, e um abraço
Oh poeta que já lá estás, nome
sublinhado a grosso traço.
29/8/2019
TRIBUTO E
GRATIDÃO
Para António Salvado
Marcam os poetas os lugares que para
viver escolhem
Ainda que a mesma seja acaso ou de
circunstâncias
Dificilmente repetíveis fruto…
Vindouras vivências
Justificá-la-ão a seguir - quando as
terras os merecem.
Assim em Castelo Branco. Um grande
poeta aqui festejo
Sempre que passo, indo ou vindo. Não
podendo parar
Não deixo de o saudar, como que a
taça empunhar
Bater-lhe a pala se fôssemos tropas.
E assim cumpro o desejo.
Sei que compreende o silêncio, esta
falta de contacto
Que outras circunstâncias mal
explicam. Sabe, no entanto
Como lhe estou grato, como comungamos
neste espanto
Das palavras que nos visitam, e nem
sempre abunda o tacto.
Aprecio-lhe o testemunho, sábia
constância ele a tem.
É bem verdade sagrarem os poetas os
lugares que escolhem.
Sem comentários:
Enviar um comentário