ESTRELA
VESPERTINA
Dum lugar ermo e
silencioso a contemplei
Lá onde o velho
bosque em parte oculta a planície.
Brilhava no meio dum
glorioso crepúsculo – debilmente
A princípio, depois a
pouco e pouco com mais força.
E a noite veio, e o
farol ambarino e solitário
Feriu meus olhos como
nunca havia feito;
Um astro vespertino,
mas mil vezes
Mais espectral nesses
silêncio e solidão.
Traçou estranhas
figuras no ar tremeluzente –
Meias recordações que
sempre em mim tinham estado –
Vastas torres e
jardins, curiosos céus e mares
De alguma obscura
vida – nunca eu soube de aonde.
E agora compreendo que
lá na abóbada celeste
Esses raios me
chamavam do lar incerto e remoto.
CONTINUIDADE
Há em certas coisas
antigas um vestígio
De nebulosa
essência, além do peso e forma;
Um éter subtil,
indefinido
Ligado às leis do
tempo e do espaço.
Um débil, velado
signo de sequências
Que os olhos de fora
descobrir não conseguem;
Suas cerradas
dimensões – onde os anos idos se acoitam
Só por secretas
chaves se devassam.
Comovo-me quando os
raios do sol ao entardecer
Alumiam as velhas
casas da quinta frente ao monte
Colorindo de vida as
formas que perduram
De séculos mais
reais que este que conhecemos.
E nessa estranha luz
sinto que não estou longe
Dessa massa imutável
em que as faces são as épocas
(Tradução de ns)
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