MARCELO ON THE
ROCKS
Segundo pude colher em certas opiniões de
diversas pessoas, Marcelo Rebelo de Sousa é um homem muito inteligente,
excelente professor e intelectual com todas as qualidades. Da perspicácia à
desenvoltura.
No capítulo da política, nomeadamente na “politique d’abord” acham-no contudo
ser, embora com afabilidade, um exemplo típico de entertainer no ramo da sociologia-política-comunicação por
excelência. Asseveram-me que é o grande talento a que têm direito, como sói
dizer-se, os secundários, assim como os primários e derivados têm o Malato, o
simpático fornido Mendes e a estimada e dinâmica Cristina Ferreira.
Embora sem acinte, consideram que só num país
deflacionado é que Marcelo, digamos assim, ainda que sincero e muito honesto tem
podido aparecer como figura politica nec
plus ultra e ter atingido a qualidade de esmerado Presidente desta
república, desculpem, assim um pouco às três pancadas.
O nosso Marcelinho, como é carinhosamente conhecido
pelas crianças e Marcelão pelos adolescentes, nos mentideros em geral e pela nação em particular, daria dest’arte o
índice real de "democracia
condicionada e apenas tendencial" ao país em que vivemos. (Por outras
palavras deles, uma república de truques
e de manobrinhas).
Ele a
mim não me parece ser - com licença da mesa e com o inerente respeitinho, como
poetava o O’Neill - um pouco… manobrador,
com as suas pancadinhas nas omoplatas do poviléu, as suas declarações de que
somos os melhores em tudo, as suas adoráveis selfies que singularizam um invólucro de… estadista. Admito poder estar enganado, mas tenho para mim que as
suas simpáticas aparições nos lugares mais expressos da nossa praça são absolutamente
outra coisa! Se não, vejamos: MRS obviamente não é movido, ao contrário de
outros famosos, pelo apego ao dinheiro vultuoso, pois é claramente um homem
desprendido de baixas materialidades. Nem o creio movido pelo desejo infrene de
Poder, como é o caso de, talvez, o senhor doutor António Costa. Se formos a ver,
o senhor presidente até não manda nada, ao contrário deste último, que é quem
manda tudo. Marcelo, em resumo, o que me parece agradar-lhe sim e nisso se
limita e lhe bastará, é existir como numa perpétua festa de casório, com as pessoas
todas bem-dispostas e bem enfarpeladas, num ambiente de agradável convívio
amigável.
O nosso presidente, arguto como é, creio
que percebeu bem os anseios populares. Cansados de vários anos a encararem um
presidente taciturno, muito formal, ligeiramente hirto como era o senhor
professor Cavaco, MRS entendeu que os cidadãos precisavam de cordialidade e
boas palavras. Mais que de benesses económicas, que são sempre difíceis de
atingir numa república deste calibre, tinham fome de carinho oficial e
institucional!
E é isso o que o mais alto, actualmente,
magistrado da nação lhes tem dado, com praticamente comum satisfação. Do
povinho e palpito dele mesmo.
Como já o Eça notara, o suave português
sempre gostou da boa paz habitual, de viver
habitualmente como outro especialista referia, da lhaneza de trato natural
– e é isso que tem colhido do Presidente que o destino, sempre clarividente,
lhe forneceu e de certezinha lhe irá continuar a fornecer porque, como se diz
nos discursos públicos em geral, é esta a
sua maneira pessoal de estar na vida.
Na
vida vidinha, como o grande filósofo-lírico Teodoro Rabejana gosta de dizer
no seu inspirado verbo…!
Sem comentários:
Enviar um comentário