Auguste Renoir, As banhistas
Renoir em sua casa, em sua cadeira de rodas,
banhado pela nudez
iluminada de suas banhistas.
Ouvimos Mercy street – Peter Gabriel desvelando
alguns pontos de luz no
olho do efêmero.
Tudo é ritmo enquanto o
tempo nos confessa seus limites.
"Cheguei ao fim do
impressionismo", nos disse
Pierre-Auguste em sua
cadeira de rodas.
Digo que suas linhas
impressionam ainda,
que representam a
serenidade que perdemos no olhar,
a cadência da luz em
nossos corpos fugazes.
Nada se altera ou se
desfaz, além dos desenhos da memória.
Caminhamos por entre as
formas e os efeitos
de nossa delicada
transigência – Mercy street.
Floriano Martins
(Poeta, tradutor,
ensaísta e editor, um dos mais significativos autores sul americanos)
Sem comentários:
Enviar um comentário