Quem fala verdade não merece castigo ou Ich binn ein
politicus…
Já alguém
disse um dia que a Verdade era a cousa mais linda do Universo. Grego, romano,
otomano? De momento não me lembro, mas lá que faz seu sentido isso faz.
E então vinda
de grandes personalidades, ou de grandes entidades, a cousa refina e até se sente por dentro uma espécie de… comichão
espiritual!
Vejamos, com
um exemplo prático, a declaração de uma entidade de património bem material, o
comité talvez central do PCP, que relativamente à denominada, com espírito
desportivo e cultural, “Festa do Avante”, referiu com absoluta verdade que este
evento não era propriamente ou definitivamente uma realização de músicas e
canções, cito de memória. Como alguns ainda poderiam pensar.
Falou
absolutamente verdade.
Digamos,
corroborando com apreço, que nem sequer é propriamente uma festa, pese ao nome
que ostenta: é sim, muito justamente e rejubilamos com isso, uma manifestação
da mais pura agit-prop ao serviço do
bom povo trabalhador (os militantes da associação). Uma tentativa mais de
instaurar o progressismo, a justiça social e o bem comum – como por exemplo
havia na popular URSS e hoje existe nas popularíssimas Coreia do Norte, China, Cuba,
Venezuela e noutros lugares onde estes devotados proletários conseguiram os
seus benéficos intentos.
As músicas e
as canções, bem como outras manifestações retintamente culturais (mas de uma
cultura sã, sem modernismos aburguesados, o que se chama cultura construtiva)
são muito salutarmente apenas uma espécie de excipiente que ajuda as gentes a
engolir melhor, passe a expresão, a mensagem dos àmanhãs que cantam como reza a célebre expressão dum grande homem
do povo.
Aliás, tudo o
que esta associação política produz tem esse louvável intuito. Se não, ouçamos a
maioria da actual rádio ou dos nossos jornais: visam salubremente que as
pessoas pouco a pouco cheguem a viver, ou p‘lo menos a existir, numa pátria
popular, onde a vida quotidiana seja uma perpétua festa (do Avante).
Finalizando,
vejamos as sensatas palavras do nosso actual grande estadista que está
primeiro-ministro(e praza aos Céus que assim continue por muitos e bons anos cantantes).
Referiu ele, com aquela sua sensatez, hábil e bem articulada, que a festarola
(passe o plebeísmo) era na verdade actividade política e por isso… E com este
adorável lugar-comum disse tudo, e tudo o que era de valor: que, entre nós, a
politica tem e deve ter carta branca!
Ainda bem.
Porque, na verdade os políticos merecem. E eu até deixaria uma pequena
reflexão, em jeito de pensamento e chamada de atenção progressista e de louvor:
Portugal não seria o que vem sendo (e
está a ser) - um lugar de felicidade e alegria bem espelhada na população
em geral - não fose a actuação dos
políticos que temos, homens devotados ao bem comum, como tantos cujas
biografias e feitos têm enchido as páginas dos periódicos e o imaginário
popular mais atento!
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