segunda-feira, 11 de maio de 2020

Do Caderno de Notas do Dr. Jagodes (4)


Quem fala verdade não merece castigo ou Ich binn ein  politicus…

   Já alguém disse um dia que a Verdade era a cousa mais linda do Universo. Grego, romano, otomano? De momento não me lembro, mas lá que faz seu sentido isso faz.
  E então vinda de grandes personalidades, ou de grandes entidades, a cousa refina e até  se sente por dentro uma espécie de… comichão espiritual!
  Vejamos, com um exemplo prático, a declaração de uma entidade de património bem material, o comité talvez central do PCP, que relativamente à denominada, com espírito desportivo e cultural, “Festa do Avante”, referiu com absoluta verdade que este evento não era propriamente ou definitivamente uma realização de músicas e canções, cito de memória. Como alguns ainda poderiam pensar.
   Falou absolutamente verdade.
   Digamos, corroborando com apreço, que nem sequer é propriamente uma festa, pese ao nome que ostenta: é sim, muito justamente e rejubilamos com isso, uma manifestação da mais pura agit-prop ao serviço do bom povo trabalhador (os militantes da associação). Uma tentativa mais de instaurar o progressismo, a justiça social e o bem comum – como por exemplo havia na popular URSS e hoje existe nas popularíssimas Coreia do Norte, China, Cuba, Venezuela e noutros lugares onde estes devotados proletários conseguiram os seus benéficos intentos.
   As músicas e as canções, bem como outras manifestações retintamente culturais (mas de uma cultura sã, sem modernismos aburguesados, o que se chama cultura construtiva) são muito salutarmente apenas uma espécie de excipiente que ajuda as gentes a engolir melhor, passe a expresão, a mensagem dos àmanhãs que cantam como reza a célebre expressão dum grande homem do povo.
  Aliás, tudo o que esta associação política produz tem esse louvável intuito. Se não, ouçamos a maioria da actual rádio ou dos nossos jornais: visam salubremente que as pessoas pouco a pouco cheguem a viver, ou p‘lo menos a existir, numa pátria popular, onde a vida quotidiana seja uma perpétua festa (do Avante).
  Finalizando, vejamos as sensatas palavras do nosso actual grande estadista que está primeiro-ministro(e praza aos Céus que assim continue por muitos e bons anos cantantes). Referiu ele, com aquela sua sensatez, hábil e bem articulada, que a festarola (passe o plebeísmo) era na verdade actividade política e por isso… E com este adorável lugar-comum disse tudo, e tudo o que era de valor: que, entre nós, a politica tem e deve ter carta branca!
  Ainda bem. Porque, na verdade os políticos merecem. E eu até deixaria uma pequena reflexão, em jeito de pensamento e chamada de atenção progressista e de louvor: Portugal não seria o que vem sendo (e está a ser) - um lugar de felicidade e alegria bem espelhada na população em geral - não fose a actuação dos políticos que temos, homens devotados ao bem comum, como tantos cujas biografias e feitos têm enchido as páginas dos periódicos e o imaginário popular mais atento!

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