Ao iniciarmos esta viagem, em
primeiro lugar quero agradecer aos confrades que de imediato se propuseram
colaborar nele.
Depois, como estamos em tempos de
confinamento, referir que - como continuo rodeado de música para iluminar os
meus minutos - dei-me anteontem a ouvir, no abençoado Youtube, um dvd de música
francesa, da antiguinha, da já clássica...
E, vai daí, feito curioso,
fui ler alguns dos comentários postos por outros ouvintes.
Dois deles tocaram-me
particularmente. Pertencem a quem eu costumo chamar poetas sonegados,
ou seja: pessoas que se calhar nunca escreveram qualquer verso e humildemente,
congemino, nem sabem nem reparam que têm muita poesia dentro.
O que para mim é comovente. E
aqui os deixo para todos lerem:
1. “Tenho 68 anos,
estamos em plena pandemia do coronavírus, tô isolada em casa já há dez dias.
Moro sozinha, sou artesã e hoje resolvi fazer uma faxina no meu ateliê curtindo
essas músicas francesas maravilhosas. Sou de Joinville SC, estou tranquila, com
pensamento positivo e muita esperança de que venceremos mais essa batalha.”
2. “Fiquei ouvindo as
músicas e lendo os comentários, senti como se estivéssemos conversando sobre
nosso passado, nossas vidas. Aquele tempo de sentimentos mais puros, amores que
eram carregado de sonhos, de esperança, de desejo de construção de felicidade.
Hoje, sozinha, confinada pelo medo da contaminação pelo coronavírus, penso que
jamais voltaremos a sonhar como antes. Há uma névoa de morte e dor. E eu, se
pudesse pedir algo, pediria uma última dança de rosto colado, uma última taça
de vinho, um brinde a tudo que vivemos naquele tempo. Recebam um abraço
virtual.”.
E agora, para nos refrescarmos, uma
cançãozinha de bom quilate do grande Arlindo de Carvalho: