segunda-feira, 17 de maio de 2021

Para um minuto de meditação - 93

 

A censura está de regresso e ninguém protesta?

 

A Carta de Direitos na Era Digital abre a porta ao regresso da censura em nome do combate à desinformação. Esta lei de 2021 tem mesmo passagens quase iguais à Lei da Censura de 1933, feita por Salazar.

(Dos jornais)


   Eu protesto. E mais: já de há tempos, aqui neste “Casa do Atalaião”, alertara os leitores para coisas deste género, noutras áreas, que o Poder tem estado a incrementar.  

   Democraticamente, não me calarei – terão eventualmente de me calar. E acrescento: tal como Bram Stoker, o autor de “Drácula”, refiro citando-o: há por aí monstros.

 nicolau saião


   Uma Carta contra a desinformação e as fake news? Óptimo! O problema está em que existem parágrafos suficientemente ambíguos, ou mesmo desajustados, que nos fazem desconfiar da bondade da mesma, tanto mais que nem serão os Tribunais, onde se pode exercer o contraditório, a decidir e sim uma entidade dependente do governo.

   O que é, por exemplo, o “interesse público”? O programa da drª Sandra Felgueiras irá contra ele? E as críticas ao executivo e ao seu fenomenal chefe também irão?

   É inquietante, pois será a uma entidade dependente da actual gerência e não aos tribunais, que competirá decidir o que é uma “escrita falsa”. Nas rádios, nos jornais, nas televisões passamos a estar todos sob escrutínio. Estão também de volta os tempos da calamitosa auto-censura?

 Jorge Gaillard Nogueira

 
   Um rústico é, na minha perspectiva, aquele em quem, por mais inteligente que seja, a pulsão do poder, intrínseca ao modo de ser básico, primitivo, se lhe sobrepõe à inteligência, de modo avassalador, em particular, quando se sente ou julga ameaçado nos seus interesses, mesmo que só por uma opinião diferente da sua.

   O rústico de maior capacidade intelectual, porém, poucas vezes age directamente, comandando e utilizando os menos inteligentes como instrumento e escudo das previstas ou eventuais consequências das reacções à sua acção.

   É deste modo que procedem os chefes maiores de organizações criminosas: os de menor gabarito ameaçam, eles próprios, a arma visível no coldre; os outros instruem os capangas, dando-lhes ainda ordens para assumirem a aparência de respeitável gente séria.    

   Se falharem quanto a este último pormenor, serão substituídos por novos esbirros, devidamente enfarpelados.

Joaquim Simões


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