Anteontem
ao fim da tarde assinei a Petição Pública, que já conta agora com mais de 177
mil assinaturas, para que o juiz Ivo Rosa seja expulso da Magistratura.
O comentário com que anexei a minha posição
foi o seguinte:
"Para que o Sistema
Judicial luso não se transforme numa verdadeira charlotada ou em algo que
prejudique a Verdade e a Justiça, penhores de uma real Democracia e de um País
em que direitos legítimos sejam respeitados, é imperativo expulsar da
Magistratura este cavalheiro cuja acção continuada merece as mais sérias
reservas da parte dos cidadãos decentes e dignos.".
Dito isto, desejo referir: quem na
noite de sexta-feira assistiu na TV à extensa reportagem em que o dito
magistrado proferiu a sua larga Declaração de Pronúncia, assistiu a uma das
mais indecorosas peças dadas ao povo português. É, assim o digo, um documento
histórico para que os vindouros fiquem a conhecer na perfeição o perfil destes
tempos.
Efectivamente, como Diogo Cardoso
disse de forma lapidar - ao longo do seu trajecto profissional, culminado com a
charla em que numa voz entre o melífluo e o frigido (cortada por claras ofensas
aos magistrados do ministério público) Ivo Rosa desenvolveu a sua argumentação
- "Não tem condições para exercer funções de juiz. Não tem idoneidade,
não é isento. O caso Sócrates não é um único no seu currículo. É uma vergonha
nacional ter pessoas destas a exercer estes cargos".
Já por um par de vezes
escrevi que Portugal no seu todo e os cidadãos comuns em particular, estão hoje
já enleados numa discreta ditadura - que ao contrário das de cariz brutal se
exerce de forma subtil (por enquanto...) apoiada em legislação iníqua, actos
ilegítimos sustentados por responsáveis autoritários e que são respaldados pelos
mais altos escalões do Estado. O nepotismo, a corrupção dos órgãos do
poder e a exacção descarada são hoje uma realidade insofismável.
Daí que o vergonhoso momento
de anteontem seja tão-só um dos ítens do descalabro a que estamos sujeitos.
Em resumo e tomando
legitimamente em conta a indignação popular, não é apenas necessário expulsar o
indivíduo em causa do lugar que manifestamente tem corroído: é imperativo - é
um dever de honra e de aclaramento justo - ser aberto um inquérito aos seus
actos, com todas as garantias de defesa mas também de acusação e, se tido como
tendo praticado acções dolosas ou criminais, ser remetido ao lugar que pune
tais sucessos!
Portugal tem de ser de facto
um País de Direito. O respeito por uma Democracia real e limpa assim o
justifica!
Saúda-vos, com estima e
cordialidade, o v/
nicolau saião
Nota – Telefona-me um amigo e diz-me que
ao expulsar-se o inepto juiz não fica resolvido o problema da corrupção e da
ineficácia da Justiça em Portugal.
É
verdade.
Mas por algum lado tem de se começar a limpar estes verdadeiros estábulos
de Augeias, como diz na Epopeia grega!
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